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Escola feminista As Pensadoras: formação sobre as vertentes teóricas e práticas dos feminismos

"A Escola de formação feminista ganha corpo virtual no período de quarentena e abre espaço para o diálogo interdisciplinar e para a formação de pensamento emancipatório, com uma agenda democrática de cursos de curta, média e longa duração. Os cursos são propostos por um corpo docente qualificado e representativo, advindo de todos os lugares do país, de Universidades reconhecidas e valorizadas pela sua capacidade de produção ética de conhecimento".

Rita de Cássia Fraga Machado

Coordenadora do Projeto


A Escola interdisciplinar de formação As Pensadoras nasce em março de 2020, fruto de uma demanda de ensino e aprendizagem no campo das Ciências Humanas no Brasil, com destaque para a Filosofia e a Educação feminista. A grande adesão ao curso de introdução aos feminismos, coordenado pela professora Dra. Rita de Cássia Machado (UEA), com o suporte da professora Dra. Carolina Araújo (UFRJ) e ministrado através da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas no início de 2020, apontou para a necessidade de criação de um espaço intelectual e interdisciplinar de aprofundamento das diversas vertentes teóricas dos feminismos. Com o objetivo de suprir a lacuna teórica deixada pelas Universidades brasileiras, a Escola está sendo construída com a contribuição de muitas mulheres da academia e de fora dela. A primeira edição do curso As Pensadoras foi composta por três turmas, com um total de 750 cursistas e um corpo docente de professoras das diversas áreas do saber. As teóricas feministas estudadas foram Silvia Federici, Silvia Cusicanqui, Rosa Luxemburgo, Lélia Gonzalez, Judith Butler, Nancy Fraser, Seyla Benhabib, Margaret Cavendish, Vandana Shiva, hell hooks e Carol Gilligan.

A grande procura pelo curso motivou a coordenadora do projeto, professora Rita Machado, a formalizar a Escola, formando uma equipe de apoio para lançar, já neste segundo semestre, uma agenda de cursos e minicursos que irão abranger outros nomes do feminismo e aprofundar seus campos epistemológicos e metodológicos. Para Rita, professora de Filosofia da Universidade do Estado do Amazonas, este projeto é um movimento de emancipação do saber e de justiça epistêmica feminista, pois abre espaço para muitas discussões que estavam sendo, até então, ignoradas pelos departamentos acadêmicos: “A escola de formação feminista que estamos construindo não é somente uma questão de justiça histórica com as mulheres, é também um modo diferente de realizar e construir, com valores feministas, o presente e sonhar o futuro, que será de justiça epistêmica com as mulheres, todas as mulheres, de todos os cantos do mundo”, afirma Rita.


A Escola As Pensadoras tem como um de seus principais objetivos a retomada e, também, recriação das teorias clássicas do pensamento de mulheres feministas ou não e a construção de novos pilares epistemológicos que estabeleçam pontes dialógicas entre as diversas facetas do movimento de práxis feminista. Sendo os cursos uma ferramenta teórico-prática que possibilita a educação intelectual e a transformação social realizada por e para mulheres, a escola nasce da intersecção que reúne as necessidades de raça, classe e gênero. Pretende ser um espaço de diálogo, construído como nas palavras de Heleieth Saffioti em uma relação de novelo dialético, abrindo-se como um espaço político e metodológico de ensino e aprendizagem, realizado através da partilha conhecimento que acontece entre professoras e estudantes.


Outro objetivo é a solidariedade feminista. Os valores arrecadados nas taxas de inscrições dos cursos e minicursos da Escola são doados parcialmente a projetos sociais feministas. A primeira arrecadação foi destinada à Associação de mulheres do Médio Solimões – AMIMSA – para a compra de 100 cestas básicas e material de higiene para as aldeias Madijá Kulina do Rio Juruá, em situação de maior vulnerabilidade social do médio Amazonas e para a Feira de Agroecologia e Mulheres: mulheres trocando saberes. Os valores arrecadados no próximo curso, que inicia no mês de agosto e terá como temática as Pensadoras Negras Brasileiras, será destinado ao Quilombo Coxilha Negra, demarcado e situado no município de São Lourenço do Sul/RS – para a compra de cestas básicas, materiais de higiene e limpeza e cobertores. Ao longo do semestre, a Escola também apoiará candidaturas de mulheres às eleições estaduais e municipais.


A agenda do próximo semestre contempla outros minicursos de rupturas epistêmicas, com temas como: Feminismos no Brasil, Ecofeminismos, Feminismos Negros e Latinos, pensamento feminista no campo Direito, Epistemicídio, Teoria Democrática Feminista entre outros assuntos e nomes importantes da teorias feministas contemporâneas; além do lançamento da segunda edição do curso As Pensadoras, que estudará algumas intelectuais dos séculos XIX e XX que refletiram sobre o conceito de liberdade. No próximo ano, 2021, será lançado um curso de Aperfeiçoamento em Filosofia Feminista, com carga horária de 200 horas, em formato Ead e disciplinas modulares, contará com um corpo docente das maiores especialistas da área, do Brasil e da América Latina. Essas e outras informações sobre o ano de 2021 serão lançadas nas redes a partir de outubro de 2020.


É utopia feminista, tem nos movido.


Sobre As Pensadoras:

Escola de Formação Feminista que oferece cursos de curto, média e longa duração e viabiliza obras de pensadoras do Brasil e do Mundo.



Contato:

@aspensadorasoficial /Inst

http://aspensadoras.com.br/ site


Texto: Giovanna Hagemann Pozzer - Jornalista e estudante de mestrado em filosofia da PUCRS.



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