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A importância da Rede brasileira de Mulheres Filósofas

Atualizado: 28 de jun. de 2020

Gostaria de lhes contar por que, a meu ver, a Rede é tão importante para nós, mulheres filósofas. Começo contando um episódio marcante na minha trajetória acadêmica. Diante da absoluta ausência de filósofas nos currículos da graduação e pós-graduação na USP, onde me formei, cheguei a me perguntar: será que existem mulheres filósofas? O que me levou imediatamente a uma pergunta de fundo: será que a mulher é capaz de filosofar?


Acreditar que eu, mulher, seria capaz de fazer filosofia é muito mais difícil diante de uma história da filosofia que omite filósofas. É muito mais difícil em um ambiente acadêmico que nos diminui, oprime e até assedia. É muito mais difícil em uma sociedade machista, patriarcal que desqualifica a mulher e desvaloriza a filosofia.


Pois bem, a Rede veio para nos ajudar a superar essas dificuldades.


Para além da divulgação de nossos trabalhos, para além das possibilidades de nos conectarmos, para além da conquista de visibilidade e do reconhecimento acadêmico e social da filosofia feita por mulheres, está a compreensão de que esse silenciamento e essa opressão são um problema estrutural e não um evento particular que sofre uma ou outra filósofa. A Rede vem construindo o que se poderia chamar de consciência de classe ou de grupo: a consciência de que nós, mulheres filósofas, encontramos em nós mesmas força e coragem para nos expormos mais e produzirmos filosofia com mais audácia e liberdade.




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