Pesquisar sobre mulheres nunca foi algo fácil. É preciso realizar uma vasta pesquisa bibliográfica, quase um verdadeiro exercício de "garimpagem". Pesquisar por obras de autoras mulheres do século XIX, é ainda mais desafiante!
Nesse encontro a professora Dra Graziela Rinaldi da Rosa irá contar como foi o desafio de escrever uma tese de doutoramento sobre a pensadora Nísia Floresta. O tema da tese foi sua Filosofia de Educação. Como educadora feminista, e pesquisadora em formação, buscou-se compreender qual a concepção de educação de Nísia Floresta a partir de algumas de suas obras, contextualizando o pensamento de Nísia Floresta com os movimentos de seu tempo, reconhecendo essa pensadora como uma importante fonte do pensamento Latino-Americano.
Trata de um estudo ainda não publicado na íntegra. Uma pesquisa densa que soma 350 páginas. Um tema inédito e que foi investigado nos anos de 2008-2012, sob orientação da profª Dra Berenice Corsetti (UNISINOS-RS), na linha de pesquisa "Educação, História e Políticas" do PPG-Edu/Unisinos. Nísia Floresta é uma pensadora ainda pouco estudada na Filosofia. Foi abolicionista, indigenista, republicana, "pré-feminista". Fundou escolas para meninas, escreveu sobre equidade de gênero, propondo uma reforma na educação das meninas brasileiras.
Para conhecer o arcabouço teórico que envolve a vida e obra de Nísia Floresta, foi preciso andar entre Sul e Norte do Brasil, por quatro anos, buscando por obras de Nísia e por documentações que nos ajudassem a conhecer o pensamento dessa mulher do século XIX, especialmente obras que versam sobre a educação.
"Floresta escreveu sobre os direitos humanos das mulheres e oportunizou o acesso à educação para algumas meninas, lutando para que elas valorizassem os estudos e abandonassem as futilidades. Foi uma educadora que encarou a educação das meninas como uma missão, além de ter discutido a questão indígena de forma singular, valorizando o papel das mulheres e ter provocado as autoridades da época ao questionar sobre o poder e a supremacia dos homens brancos. Suas críticas atingiam também mulheres que destinavam seus filhos e filhas aos braços das amas de leite. Floresta apontava problemas relativos a própria igreja que frequentava e se horrorizava com tantas futilidades de algumas de suas compatriotas. Ensinava os valores para poder ser educadora e dizia também, que as mulheres poderiam ocupar os cargos públicos. Defendia a ideia de uma nação civilizada, e que só chegaria nesse patamar se as mulheres fossem educadas e participassem do contexto social" .
(Graziela Rinaldi da Rosa, 2012, p. 17)
Para ler mais, ver: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3152
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Não perca: Dia 23 de Outubro de 2020
instagram @minasouza
Para conversar com a pesquisadora: grazirinaldi@gmail.com
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