FILOSOFIA AFRICANA:
ANCESTRALIDADE E ENCANTAMENTO COMO INSPIRAÇÕES FORMATIVAS PARA O ENSINO DAS AFRICANIDADES
O livro “Filosofia Africana: ancestralidade e encantamento como inspirações formativas para o ensino das africanidades” é resultado da pesquisa de Mestrado em Educação realizada na Universidade Federal da Bahia (UFBA) entre os anos 2012 e 2014. Por sua vez, a pesquisa resulta de uma década de andanças pelas trilhas das filosofias africanas e suas implicações nas Filosofias da Ancestralidade e do Encantamento em terras brasileiras, pesquisa essa que em 2019 completa 15 anos de andanças. Suas implicações pautam-se no intento de colaborar com uma educação antirracista, contribuir com a construção de currículos e metodologias afrorreferenciadas, como, também, com a descolonização do conhecimento. Quem escreve é uma filósofa que não nasceu em África, mas tem a África nascida em si. Uma filósofa tecida pela ancestralidade africana e fortalecida pelo encantamento.
O livro encontra-se dividido em introdução, 3 capítulos e a in-conclusão. A introdução versa em torno da apresentação da autora e suas implicações com a pesquisa e o tema proposto. O primeiro capítulo dedica-se a conversar sobre a constituição da Lei 10.639 / 2003 e sua implementação. O segundo capítulo está implicado em dialogar sobre a construção de quem somos nós desde a experiência formativa no componente curricular História e Cultura Africana e Afro-brasileira do curso de Pedagogia (UFBA) e a vivência desde a Metodologia dos Odus, uma metodologia criada para o Ensino das Africanidades. No terceiro capítulo iremos passear pela Historiografia da Filosofia Africana Contemporânea, dialogando sobre sua “origem”, seus princípios e objetivos, suas correntes e principais autores e sua importância fundante para uma formação antirracista. Por fim, mas sem acabar, na in-conclusão caminharemos pelas Filosofia da Ancestralidade e Filosofia do Encantamento como inspirações formativas para o ensino das africanidades.
Essas com-versas são tecidas por um corpo que se descobre sagrado, fonte de conhecimento, de vida... Um corpo que dança, que canta, que ama, que vive. Um corpo tecido pela ancestralidade e assim um corpo coletivo. O texto é tecido por diversos contos, mitos, músicas, poemas... Temos Eduardo Oliveira encantando com a apresentação, Wanderson Flor do Nascimento nos convidando, no prefácio, para Dançar com Exu e a nossa encantada Vanda Machado fechando o livro e fortalecendo nossa ancestralidade no posfácio. O livro é escrito por mim, entretanto, é tecido por minha ancestralidade de ontem, hoje e amanhã, por toda uma comunidade que me tece. Que seja uma leitura / com-partilha encantada! Gratidão!
Adilbênia Freire Machado
A escrita é uma coisa, e o saber, outra.
A escrita é a fotografia do saber, mas não o saber em si.
O saber é uma luz que existe no homem.
É a herança de tudo aquilo que nossos ancestrais
puderam conhecer e que se encontra
latente em tudo o que nos transmitiram...
Tierno Bokar
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