GT FILOSOFIA E GÊNERO
Resultados da Busca
1110 resultados encontrados com uma busca vazia
- PENSADORAS NEGRAS BRASILEIRAS 1 edição
EMENTA Durante os últimos anos vemos a publicação e maior visibilidade de mulheres brasileiras negras, tanto na militância política como na academia, esse avanço entre muitas se deve (entre muitas questões) a pressão dos movimentos sociais e às ações afirmativas. Assim, escolheu-se algumas delas para a realização de um curso, visto que consideramos importante conhecer e estudar o pensamento das mulheres negras brasileiras. Umas das pontuações desse curso é sobre a voz dessas importantes guerreiras, a voz da sua liberdade e dos seus pensamentos, pois, quando uma mulher é silenciada, ela é oprimida, e a opressão mina suas forças. A escrita é liberdade para as mulheres, e a obra escrita e pensada é liberdade! Fazer uma análise crítica, ter ideias e divulgá-las é necessário diante de uma história que as silencia. É libertador para qualquer mulher estudar outras mulheres e tê-las como referência em seu cotidiano acadêmico e militante. As mulheres desse curso nos ensinam muito sobre a vida-liberdade aos moldes do que também nos ensina Conceição Evaristo. OBJETIVOS O curso pretende aprofundar vida, obra e luta de grandes mulheres negras brasileiras. Para essa primeira edição do curso foram escolhidas mulheres negras ligadas ao pensamento crítico, militante e histórico e suas conexões feministas, com o movimento negro e/ou com o movimento de mulheres negras. Portanto nosso objetivo pretende contribuir para a ampliação do conhecimento construído por mulheres negras. AS PENSADORAS SOLIDÁRIAS Esse curso também tem um objetivo de solidariedade feminista. O dinheiro arrecadado da taxa de inscrição será destinado ao Quilombo Coxilha Negra demarcado e situado no município de São Lourenço do Sul/RS – para a compra de cestas básicas, material de higiene, limpeza e cobertores. Coordenação Curso: Profa. Dra. Amanda Motta Castro (FURG) Coordenação Instituto As Pensadoras: Profa. Dra. Rita de Cássia Fraga Machado (UEA) INFORMAÇÕES GERAIS Oferta: Instituto As Pensadoras Carga Horária: 20h – com certificação pelo Instituto. Total de Aulas: 08 – 2 x por semana Modalidade: Ead – pela plataforma Google meets. Vagas: 245 VAGAS - T1 MANHÃ/ 245 VAGAS - NOITE T2/245 VAGAS Corpo Docente: Amanda Motta Castro (FURG/RS), Anielle Franco (Instituto Marielle Franco), Carla Ávilla (UCPEL), Fatima Lima (UFRJ), Fernanda Oliveira (UFRGS), Halina Leal (FURB), Vera Rodrigues (UNILAB). Apoio: Rede Brasileira de Mulheres Filósofas; Instituto Mana (Amazonas), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), GT Filosofia e Gênero da ANPOF; GT Ética e Cidadania da ANPOF; Laboratório Antígona (UFRJ); GT Filosofia da Libertação, Latino-americana e Africana, da ANPOF; Seção Brasil da Asociación Filosofía y Liberación - AFyL Brasil AS PENSADORAS SOLIDÁRIAS: O curso também tem como objetivo a solidariedade feminista. O dinheiro arrecadado com o pagamento da taxa de inscrição será destinado ao Quilombo Coxilha Negra, demarcado e situado no município de São Lourenço do Sul/RS, para a compra de cestas básicas, material de higiene, limpeza e cobertores. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES PELO E-MAIL: mulheres.negras.brasil@gmail.com Período da Inscrição: de 26 Junho à 10 de Julho de 2020. INSCRIÇÕES : Por favor enviar e-mail com o Título VAGAS REMANESCENTES/TURMA (1,2, ou 3) para lista de espera. ATENÇÃO: TURMA 1* – terças e quintas das 9h às 11h. Esgotada TURMA 2**– terças e quintas das 18h às 20h. Esgotada TURMA 3*** – Quartas e sextas das 15h30min às 17h30min - Esgotada CRONOGRAMA CURSO TURMA - MANHÃ 1* 04/AGO - Aula 1 - Ludimilla Teixeira (Ativista política movimento #elenão) 06/AGO - Aula 02 – Lélia Gonzalez – Dra. Amanda Motta Castro (FURG) 11/ AGO - Aula 03 – Conceição Evaristo – Dra. Fatima Lima (UFRJ) 13/AGO - Aula 04 – Sueli Carneiro – Dra. Vera Rodrigues (UNILAB) 18/AGO - Aula 05 - Carolina de Jesus - Dra. Carla Ávilla (UCPEL) 20/AGO - Aula 06 – Maria Beatriz Nascimento – Dra. Halina Leal (FURB) 25/AGO - Aula 07 – Luiza Bairros – Dra. Fernanda Oliveira (UFRGS) 27/AGO - Aula 08- Marielle Franco – Ms. Anielle Franco (Instituto Marielle Franco) CRONOGRAMA CURSO TURMA - NOITE 2** 04/AGO - Aula 01 - Marielle Franco – Ms. Anielle Franco (Instituto Marielle Franco) 06/AGO - Aula 02 – Lélia Gonzalez – Dra. Amanda Motta Castro (FURG) 11/ AGO - Aula 03 – Conceição Evaristo – Dra. Fatima Lima (UFRJ) 13/AGO - Aula 04 – Sueli Carneiro – Dra. Vera Rodrigues (UNILAB) 18/AGO - Aula 05 - Carolina de Jesus - Dra. Carla Ávilla (UCPEL) 20/AGO - Aula 06 – Maria Beatriz Nascimento – Dra. Halina Leal (FURB) 25/AGO - Aula 07 – Luiza Bairros – Dra. Fernanda Oliveira (UFRGS) 27/AGO - Aula 08 - Pensamento de mulheres negras - (à confirmar) CRONOGRAMA CURSO TURMA- TARDE 3 *** 05/AGO - Aula 01 - Pensamento de mulheres negras - Ludimilla Teixeira (Ativista política movimento #elenão) 07/AGO - Aula 02 – Lélia Gonzalez - Dra. Amanda Motta Castro (FURG) 12/ AGO - Aula 03 – Conceição Evaristo - Dra. Fatima Lima (UFRJ) – (a confirmar) 14/AGO- Aula 04 – Sueli Carneiro - Dra. Vera Rodrigues (UNILAB) 19/AGO - Aula 05- Marielle Franco - Ms. Anielle Franco (Instituto Marielle Franco) 21/AGO - Aula 06 – Maria Beatriz Nascimento - Dra. Halina Lea (FURB) 26/AGO- Aula 07 – Luiza Bairros - Dra. Fernanda Oliveira (UFRGS) 28/AGO -Aula 08 - Carolina de Jesus - Drna. Carla Ávilla (UCPEL) REFERÊNCIAS GERAIS AZEREDO, Edson Guimarães de. A s muitas vidas e identidades de Carolina Maria de Jesus: o uso do biográfico e do autobiográfico no ensino das relações étnico raciais. Dissertação (Mestrado Profissional em Rede Nacional PROFHOSTÓRIA) Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Formação de Professores. 2018. BAIRROS, Luiza. “Mulher negra: o reforço da subordinação”. In: Peggy Lovell (org.). Desigualdade racial no Brasil contemporâneo (Belo Horizonte: UFMG/ CEDEPLAR, 1991), pp. 177-93. BAIRROS, Luiza. “Nossos feminismos revisitados.” Revista Estudos Feministas, v. 3, n. 2, p. 458, 1995. CARNEIRO, Sueli. Escritos de uma vida. Apresentação, Prefácio, Introdução e capítulo 1 "Mulher Negra". Belo Horizonte(MG): Letramento, p.5-61, 2018. CARNEIRO, Sueli. "Organizem-se porque não há mais limite para a violência racista" (palestra). Disponível em: https://www.geledes.org.br/sueli-carneiro-organizem-se-porque-nao-ha-mais-limite-para-a-violencia-racista/ EVARISTO. C. Insubmissas Lágrimas de Mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2016. EVARISTO. C. “Insubmissas Lágrimas de Mulheres.” Rio de Janeiro: Malê, 2016. Resenha de: THOMÉ, C. M. Revista Literatura em Debate, v. 6, n. 11, p. 190-193, dez, 2012. Disponível em: . \ GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo Afro-latino-Americano. Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/271077/mod_resource/content/1/Por%20um%20feminismo%20Afro-latino-americano.pdf GONZALEZ, Lélia. Primavera para as Rosas Negras: Lélia Gonzalez, em Primeira Pessoa. União dos Coletivos Pan Africanistas. São Paulo. 2018. GONZALEZ, Léila. “Racismo e sexismo na cultura brasileira.” In Revista Ciências Sociais Hoje, ANPOCS, 1984. Disponível: file:///C:/Users/Amanda/AppData/Local/Temp/RACISMO+E+SEXISMO+NA+CULTURA+BRASILEIRA.pdf GONZALEZ, Léila. “UMA MULHER DE LUTA.” Disponível em: http://www.mulheresnegras.org/lelia.html MACHADO, Marília Novais da Mata. “Os Escritos de Carolina Maria de Jesus: Determinações e Imaginário.” Psicologia & Sociedade; 18 (2): 105-110; mai./ago. 2006 MITSUUCHI, Jéssica Tomiko Araújo. “Contextos, reflexões e análises: Carolina Maria de Jesus e o Quarto de Despejo.” Revista Vernáculo n. 41 – primeiro semestre /2018 NASCIMENTO, Maria Beatriz. “Por uma história do homem negro.” Revista de Cultura Vozes. 68(1), p. 41-45, 1974 a. NASCIMENTO, Maria Beatriz. “Negro e racismo.” Revista de Cultura Vozes. 68 (7), p. 65-68, 1974 b. NASCIMENTO, Maria Beatriz. “Nossa democracia racial.” Revista Isto É. 23/11/1977, p. 48-49, 1977. PINTO, Ana Flávia Magalhães; DA SILVA FREITAS, Felipe. LUIZA BAIRROS. “UMA “BEM LEMBRADA” ENTRE NÓS 1953-2016.” Afro-Ásia, n. 55, 2017. RODRIGUES, Vera. "Quando a mulher negra fala: afeto, teoria e política em (des)construção". Disponível em: www.pensehumanas.com.br Referências por Aula Aula 01 – Marielle Franco – Anielle Franco (Instituto Marielle Franco) FRANCO, Marielle. Upp – A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado programa de pós-graduação em administração mestrado em administração) Universidade Federal Fluminense. 2014 Luiza Bairros – Dra. Fernanda Oliveira (UFRGS) BAIRROS, Luiza. “Nossos feminismos revisitados.” Revista Estudos Feministas, v. 3, n. 2, p. 458, 1995. BAIRROS, Luiza. “Mulher negra: o reforço da subordinação”. In: Peggy Lovell (org.). Desigualdade racial no Brasil contemporâneo (Belo Horizonte: UFMG/ CEDEPLAR, 1991), pp. 177-93. PINTO, Ana Flávia Magalhães; DA SILVA FREITAS, Felipe. LUIZA BAIRROS – “UMA “BEM LEMBRADA” ENTRE NÓS 1953-2016.” Afro-Ásia, n. 55, 2017. Aula 03 – Conceição Evaristo – Dra. Fatima Lima (UFRJ) EVARISTO. C. Insubmissas Lágrimas de Mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2016. EVARISTO. C. “Insubmissas Lágrimas de Mulheres.” Rio de Janeiro: Malê, 2016. Resenha de: THOMÉ, C. M. Revista Literatura em Debate, v. 6, n. 11, p. 190-193, dez. 2012. Disponível em: . \ Aula 04 – Sueli Carneiro – Dra. Vera Rodrigues (UNILAB) CARNEIRO, Sueli. Escritos de uma vida. Apresentação, Prefácio, Introdução e capítulo 1 "Mulher Negra". Belo Horizonte (MG): Letramento, p.5-61, 2018. CARNEIRO, Sueli. "Organizem-se porque não há mais limite para a violência racista" (palestra). Disponível em: https://www.geledes.org.br/sueli-carneiro-organizem-se-porque-nao-ha-mais-limite-para-a-violencia-racista/ RODRIGUES, Vera. "Quando a mulher negra fala: afeto, teoria e política em (des)construção". Disponível em: www.pensehumanas.com.br Aula 05 - Carolina de Jesus - Dra. Carla Ávilla (UCPEL) AZEREDO, Edson Guimarães de. As muitas vidas e identidades de Carolina Maria de Jesus: o uso do biográfico e do autobiográfico no ensino das relações étnico raciais. Dissertação (Mestrado Profissional em Rede Nacional PROFHOSTÓRIA) Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Formação de Professores. 2018. MACHADO, Marília Novais da Mata. “Os Escritos de Carolina Maria de Jesus: Determinações e Imaginário.” Psicologia & Sociedade; 18 (2): 105-110; mai./ago. 2006 MITSUUCHI, Jéssica Tomiko Araújo. “Contextos, reflexões e análises: Carolina Maria de Jesus e o Quarto de Despejo.” Revista Vernáculo n. 41 – primeiro semestre /2018 SILVA, Eliane da Conceição. A violência Social Brasileira na Obra de Carolina Maria de Jesus. Tese de Doutorado, Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ciências e Letras – UNESP/Araraquara . 2016. Aula 06 – Maria Beatriz Nascimento – Dra. Halina Lea (FURB) NASCIMENTO, Maria Beatriz. “Por uma história do homem negro.” Revista de Cultura Vozes. 68(1), pp. 41-45, 1974a NASCIMENTO, Maria Beatriz. “Negro e racismo.” Revista de Cultura Vozes. 68 (7), pp. 65-68, 1974b. NASCIMENTO, Maria Beatriz. “Nossa democracia racial.” Revista IstoÉ. 23/11/1977, pp. 48-49, 1977. Aula 07 – Lélia Gonzalez – Dra. Amanda Motta Castro (FURG) GONZALES, Leila. “Racismo e sexismo na cultura brasileira.” In Revista Ciências Sociais Hoje, ANPOCS, 1984. Disponível: file:///C:/Users/Amanda/AppData/Local/Temp/RACISMO+E+SEXISMO+NA+CULTURA+BRASILEIRA.pdf GONZALES, Leila. “Para as minorias, tudo como dantes.” In Lua Nova: Revista de Cultura e Política. 1985. Disponível: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64451985000100011&lng=pt&nrm=iso GONZALES, Leila. “Primavera para as Rosas Negras: Lélia Gonzalez, em Primeira Pessoa.” União dos Coletivos Pan Africanistas. São Paulo. 2018 QUEM SOMOS AMANDA MOTTA CASTRO é professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande/FURG e docente do Departamento de Educação da mesma instituição. Doutora em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos/UNISINOS; foi bolsista CAPES durante (2009-2015). Realizou Estágio de doutoramento na Universidad Autonoma Metropolitana del México - UAM, no departamento de Antropologia. Trabalha com os seguintes temas de pesquisa: Feminismo, Educação Popular, Arte Popular e desigualdades sociais. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3449473426395924 ANIELLE FRANCO é mestra em Jornalismo e Inglês pela Universidade de Carolina do Norte nos EUA, graduada em letras pela UERJ. Hoje atua como professora, escritora, palestrante, e é a atual diretora do Instituto Marielle Franco. Lattes: http://lattes.cnpq.br/9431919949455361 CARLA SILVA DE AVILA Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pelotas (2006) e Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pelotas (2011). Atualmente é doutoranda no Programa de Pós Graduação em Política Social e Direitos Humanos/UCPEL. Professora de Sociologia no Curso de Serviço Social na Universidade Católica de Pelotas, atuando nos Cursos de Serviço Social, Jornalismo, Arquitetura e Urbanismo, Enfermagem, Fisioterapia e Odontologia. Coordenadora do Projeto de Extensão Relações Étnico-Raciais da Universidade Católica de Pelotas. Atua como Tutora a Distancia no Curso de Filosofia UFPEL e como Professora na Rede Pública Estadual de Ensino como professora de Sociologia na Escola Monsenhor Queiroz Lattes: http://lattes.cnpq.br/6274362151626610 HALINA MACEDO LEAL é Doutora em Filosofia pela USP (2005), com estágio na Universidade de Stanford, Califórnia. Mestre em Filosofia pela UFSC (2001), Bacharel em Filosofia pela UFRGS (1998) e Possui Pós-Doutorado em Filosofia pela UNIOESTE- Toledo/PR (2014). Professora da FURB e líder do GENERA - Grupo Interdisciplinar de Pesquisas em Gênero, Raça e Poder, FURB. Lattes: http://lattes.cnpq.br/5698575555739025 RITA DE CÁSSIA FRAGA MACHADO é feminista, Bacharel e Licenciada em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). É professora de Filosofia na Universidade do Estado do Amazonas, pesquisadora associada à Associação Brasileira de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) e compõe o núcleo estruturante do GT de Filosofia e Gênero. É Militante da Marcha Mundial das Mulheres Brasil. Possui diversas produções nos Estudos Feministas. Lattes: http://lattes.cnpq.br/8882999172098781 VERA RODRIGUES É antropóloga na área de antropologia das populações afro-brasileiras. Professora na UNILAB- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Coordenadora da Linha de Pesquisa "Identidades e Políticas Públicas" do Grupo de pesquisa Oritá - Espaços, Identidades e Memórias. Membro do Comitê de Antropólogos(as) Negros(as) da ABA - Associação Brasileira de Antropologia. Coordenadora do projeto de extensão "Mulheres Negras Resistem: processo formativo teórico-político para mulheres negras". Doutora em Antropologia Social (USP) . Bacharelado em Ciências Sociais e Mestrado em Antropologia Social (UFRGS) Lattes: http://lattes.cnpq.br/8241487427753107 FÁTIMA LIMA é Antropóloga. Feminista alinhada ao Feminismo Negro, decolonial e Anti-Colonial. Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro/IMS/UERJ. Pós Doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/PPGAS do Museu Nacional/UFRJ Professora Associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Macaé. Professora do Programa Interdisciplinar de Pós Graduação em Linguística Aplicada- PIPGLA da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Professora do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico - Raciais/ CEFET/RJ. Atua no campo das Ciências Humanas e Sociais e nos estudos de linguagens, discursos e narrativas, principalmente com os seguintes temas: Raça, Gênero, Sexualidade, Teorias Feministas ( com ênfase nos feminismos negros e decoloniais), Processos Políticos de Subjetivação e Estudos e Pesquisas com os grupos ditos subalternizados. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1737594557449404 FERNANDA OLIVEIRA é Licenciada, mestre e doutora em História. Professora da UFRGS, Coordenadora Nacional do GT Emancipações e Pós-Abolição da ANPUH, idealizadora e membro do coletivo Atinuké - Sobre o Pensamento de Mulheres Negras. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2707940149001288 QUEM SÃO AS PENSADORAS NEGRAS BRASILEIRAS Carolina de Jesus Foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país. A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis. Em 1958, tem seu diário publicado sob o nome Quarto de Despejo. O livro fez um enorme sucesso e chegou a ser traduzido para catorze línguas. Conceição Evaristo É escritora. Graduada em Letras pela UFRJ, trabalhou como professora da rede pública de ensino da capital fluminense. É Mestre em Literatura Brasileira pela PUC do Rio de Janeiro, com a dissertação Literatura Negra: uma poética de nossa afro-brasilidade (1996), e Doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense Lélia Gonzalez Foi uma intelectual, politica, professora e antropóloga brasileira. Nascida na cidade de Belo Horizonte, muda-se com toda família, em 1942, para o Rio de Janeiro. Fez graduação em História e Filosofia, mestrado em Comunicação e doutorado em Antropologia Social. Luiza Bairros Foi administradora, ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014. Formada em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possuía Mestrado em Ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia e doutorado em Sociologia pela Universidade de Michigan. Marielle Franco Foi uma Socióloga com mestrado em Administração Pública. Eleita Vereadora da Câmara do Rio de Janeiro pelo PSOL, com 46.502 votos. Foi também Presidente da Comissão da Mulher da Câmara. No dia 14/03/2018 foi assassinada em um atentado ao carro onde estava. 13 Tiros atingiram o veículo, matando também o motorista Anderson Pedro Gomes. Maria Beatriz Nascimento Foi uma historiadora, professora, roteirista, poeta e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres. Professora influente nos estudos raciais no Brasil, sua obra ainda é atual e vital para os estudos raciais mesmo após seu assassinato em 28 de janeiro de 1995. Sueli Carneiro É filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro. É fundadora e atual diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra e considerada uma das principais vozes do feminismo negro no Brasil. Sueli é doutora em filosofia pela USP.
- Conversas Feministas
Nesta terça-feira 19/05 (15h-17h) conversaremos sobre: agenciamento, subjetividade ativa e ação-fala na teoria de Gayatri Spivak. Receberemos como convidada Marina Teixeira Gonçalves, que é uma das pesquisadoras do nosso grupo de pesquisa Epistemologias Afetivas Feministas CNPq/PUCRS. Marina é doutoranda no curso de Administração da UFRGS e está desenvolvendo a tese: FEMINISMO, ARTE E RESISTÊNCIA COTIDIANA: UM OLHAR SOBRE OS SLAMS POESIA DAS MINAS. Informações: epistemologiasfeministas@gmail.com
- Feminismo Negro por Halina Leal
“O objetivo do Feminismo Negro é o desenvolvimento do empoderamento das mulheres negras, tendo em vista o que Collins denomina de justiça social ou o que Davis salienta como modificação das estruturas sociais. Este empoderamento não é direcionado pura e simplesmente para conquistas individuais, mas às coletividades de mulheres negras que desenvolvem um entendimento de sua condição social e política, de sua história e de suas variadas habilidades, autoafirmando-se e trilhando caminhos de superação das condições impostas pela dominação”. No verbete “Feminismo Negro”, escrito especialmente para o Blog Mulheres na Filosofia, Halina Leal nos presenteia com uma análise dos principais elementos que caracterizam o movimento teórico e prático protagonizado por mulheres negras, designado por “feminismo negro”. A partir de Angela Davis, Grada Kilomba, Patricia Hill Collins, bell hooks, Lélia Gonzales, Beatriz Nascimento, Djamila Ribeiro, entre outras, Halina Leal mostra que as inestimáveis contribuições práticas e teóricas das feministas negras advêm do seu posicionamento crítico tanto com relação aos movimentos feministas protagonizados pelas mulheres brancas, quanto com relação aos movimentos antirracistas protagonizados por homens negros. O texto também articula primorosamente as noções de intersecionalidade e lugar de fala com a proposta de uma epistemologia baseada na interação entre teoria e vivência. Desligue um pouco das aflições causadas pelo Covid-19 e corra para ler este verbete, pois nós vamos precisar (e muito!) do feminismo negro e da sua leitura crítica da história para entender, transformar e reinventar este nosso mundo. Acesse aqui o verbete. Halina Leal, professora da Universidade Regional de Blumenal e líder do GENERA (Grupo de Pesquisas em Gênero, Raça e Poder), pesquisa nas áreas de Teoria do Conhecimento, Filosofia da Ciência, Ética e Feminismo Negro. #blogmulheresnafilosofia #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasOrg #feminismonegro
- [HOJE] A Rede: O que é? O que pode se tornar? Live: Diálogos ANPOF
Hoje, no projeto Diálogos Anpof, a jornalista da Anpof e doutoranda em Filosofia (Unicamp) Nádia Junqueira Ribeiro convida a Rede Brasileira de Mulheres Filósofas para um bate-papo: Rede Brasileira de Mulheres Filósofas: O que é ? O que pode se tornar? Para essa conversa foram convidadas as professoras de Filosofia: Carolina Araújo (UFRJ), Beatriz Sorrentino (UFMT), Juliana Ortegosa Aggio (UFBA) e Silvana Ramos (USP). Dia 18 de maio, às 19 horas, no Facebook da Anpof. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasOrg #anpof #dialogosanpof
- Estratégias para ações futuras que combatam a violência de gênero e orientação sexual
Queridxs, faço um apelo aqui para que todxs enviem aos coordenadores de Pós-graduação de suas instituições a seguinte sugestão, como fiz ao coordenador do PPGF/UFBA: Eu acho muito importante colocar no relatório Capes "estratégias para ações futuras que combatam a violência de gênero e opção sexual", a saber: usar tanto o documento do GT de filosofia e gênero, como o exemplo feliz de institucionalização do combate à violência de gênero da UBA. Isso significa que o PPGF envidará esforços para não apenas conscientizar seus membros sobre violência de gênero e de opção sexual, o que a distribuição e uma palestra sobre o documento do GT Filosofia e Gênero daria conta, mas também procurará, juntamente com outras pós-graduações e mesmo Pró-reitorias, iniciar um processo de institucionalização, como a criação de um comitê e um regimento aprovados institucionalmente, a exemplo da UBA (http://www.filo.uba.ar/noalaviolenciadegenero). Façam essa sugestão para os coordenadores das Pós de vocês para conter no relatório que será enviado para Capes até dia 05/06. Quanto mais nos colocarmos, mais teremos retorno institucional. Documento do GT Filosofia e Gênero: http://www.anpof.org/portal/images/Manifesta%C3%A7%C3%A3o_de_Apoio_e_Diretrizes_vers%C3%A3o_final_2.pdf
- A Rede: O que é? O que pode se tornar? Diálogos ANPOF - Live disponível no nosso canal.
A Live da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas na série "Diálogos Anpof" já está no nosso canal do YouTube. Nádia Junqueira Ribeiro, doutoranda em Filosofia na Unicamp e jornalista da Anpof, conversou com a Rede Brasileira de Mulheres Filósofas, representada pelas professoras Beatriz Sorrentino (UFMT), Carolina Araújo (UFRJ), Juliana Aggio (UFBA) e Silvana Ramos (USP). Nesta conversa elas explicaram o que é a rede, como funciona, como tem trabalhado e sobre seu crescimento desde o lançamento, que aconteceu em novembro do ano passado. Elas discutiram o pano de fundo que deu início à rede: a profunda desigualdade de gênero na área e a invisibilidade dos trabalhos de filósofas nas bibliografias de curso, nas pesquisas e nas salas de aula. Comentaram sobre ações para mudar esse cenário, sobre o combate ao assédio, compartilharam experiências de suas trajetórias e explicaram como quem trabalha com mulheres filósofas pode se juntar à rede. https://youtu.be/I02l0i4u18A Textos mencionados na conversa: Documento apresenta diretrizes para prevenir e combater assédio moral e sexual nos programas de Pós-graduação em Filosofia: https://anpof.org/portal/index.php/en/artigos-em-destaque/1918-documento-apresenta-diretrizes-para-prevenir-e-combater-assedio-moral-e-sexual-nos-programas-de-pos-graduacao-em-filosofia Futuras filósofas: o caminho que se abre para as mulheres: http://anpof.org/portal/index.php/pt-BR/comunidade/noticiasblog/2526-futuras-filosofas-o-caminho-que-se-abre-para-as-mulheres Quatorze anos de desigualdade: mulheres na carreira acadêmica de Filosofia no Brasil entre 2004 e 2017: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/155750 #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasbrasil #filosofasOrg #anpof #dialogosanpof
- Feminismos: número temático Ekstasis: revista de hermenêutica e fenomenologia
v. 8, n. 2 (2019) Feminismos Confira aqui. Editorial Juliana Lira Sampaio, Rebeca Furtado de Melo Dossiê Apresentação. Sobre gratidão e abundância: algumas palavras acerca do trabalho de e entre mulheres Rebeca Furtado de Melo Heideggerian Ecofeminism Trish Glazebrook Da margem no centro: deslocamentos do sujeito no feminismo Fernanda Alt Escavações para lidar com as ruínas e os soterramentos decorrentes do trauma colonial Angela Donini O compromisso feminista com a luta decolonial antirracista Susana de Castro A condição das mulheres em Mary Wollstonecraft e Simone de Beauvoir Ana Carla de Abreu Siqueira Fenomenologia de Eros e de Afrodite em Safo Fabíola Menezes Araújo Ilse Fusková. El cuerpo como archivo Karina Bidaseca Mbaima Metlon: Narrativas de mulheres indígenas em situação urbana Aline Rochedo Pachamama “Eu não sou sua princesa”: um diálogo entre mulheres Fernanda Vieira A sexualidade invisível e a escrita do gozo proibido Aline de Oliveira Rosa Transfeminismo e socialismo libertário: uma nota sobre suicídio, necrossexismo e imaginário social conservador Inaê Diana Ashokasundari Shravya da Costa Rossi Traduções Transformando o Círculo Interno: o Desafio de Dorothy Smith à Teoria Sociológica Patricia Hill Collins Feminismo, Capitalismo e Ecologia Johanna Oksala Ilse Fusková. O corpo como arquivo Karina Bidaseca Ecofeminismo heideggeriano Trish Glazebrook Entrevista Djamila Ribeiro: Uma voz para nosso tempo. Entrevista com Djamila Ribeiro Djamila Ribeiro, Deborah Moreira Guimarães, Juliana Lira Sampaio, Christiane Costa de Matos Fernandes, Rebeca Furtado de Melo #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasOrg #filosofasbrasil #ekstasis #uerj #feminismos
- Mulheres negras e o mercado de trabalho em tempos da pandemia no Brasil
Sandra Suely Lurine Guimarães Professora da Faculdade Faci Wyden. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa (CNPq): Filosofia Prática: Investigações em Política, Ética e Direito. sandralurine@yahoo.com.br. Loiane Prado Verbicaro Professora da Faculdade de Filosofia e do Programa de Mestrado em Filosofia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Líder do Grupo de Pesquisa (CNPq): Filosofia Prática: Investigações em Política, Ética e Direito. loianeverbicaro@uol.com.br. Sandra é professora doutora e pesquisadora do Grupo de Pesquisa “Filosofia Prática: Investigações em Política, Ética e Direito”, com formação em filosofia e em direito. Para além de parceira acadêmica e das afinidades das nossas pautas de pesquisa, ela é também uma parceira de vida, daquelas que representam tão bem a dimensão de irmandade. Ela pesquisa o feminismo negro a partir de políticas públicas adequadas às demandas igualitárias das mulheres negras e me presenteou com a possibilidade de escrevermos juntas esse pequeno texto com reflexões e preocupações que nos são tão caras. Em tempos de Pandemia, causada pela COVID-19, tem sido quase um truísmo a afirmação de que o vírus causador da doença “é democrático porque atinge a todos de forma indistinta”. Essa afirmação é apenas parcialmente verdadeira, tendo em vista que se por um lado pessoas de todas as classes, raças e gêneros têm sido infectadas, os efeitos que essa pandemia causa na vida desses sujeitos, não ocorre de forma homogênea, em razão das assimetrias que são estruturantes na nossa sociedade. A verdade é que há uma perversa correlação entre epidemias e desigualdades. As classes vulneráveis são as mais afetadas, pois sentem mais diretamente os impactos da disseminação do vírus em razão dos marcadores de opressão e das fissuras e vulnerabilidades socioeconômicas. Nossa sociedade brasileira tem a mácula de um passado escravagista e colonial, que após a abolição da escravidão negligenciou completamente os povos negros recém-libertos, que não foram minimamente contemplados por quaisquer políticas públicas de inclusão social. Nesse sentido, importante destacar a profunda e entranhada desigualdade social como o maior legado da escravatura e do autoritarismo no país. Grassou, no Brasil, do Século XVI ao Século XIX, uma escandalosa injustiça amparada pela artimanha da legalidade. A escravidão foi bem mais do que um sistema econômico: ela moldou condutas, definiu desigualdades sociais, fez da raça e da cor marcadores de opressão e de diferença fundamentais, ordenou etiquetas de mando e obediência, e criou uma sociedade marcada por uma hierarquia social muito estrita. A escravidão nos legou uma sociedade autoritária e iníqua, a qual tratamos de reproduzir, o que nos legou uma série de problemas à nossa agenda republicana, em prejuízo ao aperfeiçoamento democrático e sua promessa de igualdade. (SCHWARCS, 2019). Nesta perspectiva, ocorreu uma certa naturalização da condição de subalternização e da desigualdade de direitos das pessoas negras, notadamente da mulher. Vale ressaltar que no início do movimento feminista, enquanto as mulheres brancas lutavam por direito ao voto, ao trabalho e à propriedade, as mulheres negras sequer eram vistas como seres humanos e incluídas nas reivindicações. Precisamente por essa razão, foi necessário apontar os limites do feminismo hegemônico, assim como a ideia de mulher branca como referência de luta. Desta feita, as primeiras feministas desconsideraram que suas pautas estavam longe de contemplar as especificidades das mulheres negras, o que resultou no feminismo negro. No contexto da pandemia, torna-se imprescindível uma reflexão concernente sobre seus efeitos na vida das mulheres, especialmente das mulheres negras. Isso porque mulheres negras estão na base da pirâmide social, na qual vem primeiro os homens brancos, mulheres brancas, homens negros e por último as mulheres negras. Por essa razão, a filósofa estadunidense, Angela Davis (2018) afirma que quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela. Considerando o lugar social ocupado pela mulher negra, a reflexão torna-se intrinsicamente relevante, tendo em vista que mesmo no período de normalidade social, suas vidas já são marcadas pela precarização, notadamente no mundo do trabalho, de modo que raramente ocupam posições de prestígio. Não se pode levar a cabo essa reflexão sem compreender que na sociedade brasileira, a mulher negra passou por longo período de reificação, vista como a mulata sexualizada ou a negra que desempenhava os trabalhos pesados não só na casa grande, mas também nas lavouras. Ocorre que essa realidade não é simplesmente um fato histórico, ou uma reminiscência do passado. Trata-se de uma mentalidade que permanece presente no imaginário social. Dessa forma, as mulheres negras estão majoritariamente nas ocupações menos valorizadas social e economicamente, certamente como resultado de um passado escravocrata e colonial. Nas palavras de Ribeiro (2019 p. 84): “As mulheres negras escravizadas eram tratadas como mercadoria, propriedade, portanto não tinham escolhas.”. A este respeito, Hooks (2019) faz uma interessante análise sobre os efeitos políticos e sociais do estupro da mulher negra norte americana que, com as devidas ressalvas, pode ser extensiva às mulheres negras brasileiras. A autora ressalta que os estupro como prática reiterada, que no Brasil teve como uma das consequências, a miscigenação do seu povo, não significou apenas a destruição da integridade física e sexual dessas mulheres. Essa prática violenta, que certamente é a forma mais brutal de submissão da mulher, já que o corpo também é sede da cidadania, deixou marcas indeléveis que o passado escravocrata não apagou. Ademais disso, no Brasil permanece a uma espécie de corrosão da identidade da mulher negra, amplamente veiculada na sociedade e utilizada para a manutenção da sua situação de inferioridade de modo que no mundo do trabalho há uma certa naturalização de que as funções que lhes são adequadas é a de empregada doméstica ou o desempenho de outras atividades desprovidas de prestígio social. Essa realidade fica particularmente evidente quando se constata que de acordo com o Censo Superior de Educação com dados de 2016, menos de 3% das docentes dos cursos de pós-graduação do Brasil, incluindo instituições públicas e privadas, são negras. Esse percentual, ínfimo, engloba as mulheres que se auto declararam pretas e pardas. Entretanto, quando se considera os dados sobre as mulheres que auto declararam pretas, o universo é ainda menor, em torno de 0,4%. O mesmo Censo apontou que as mulheres brancas representavam 19% das docentes. Contudo, quando se trata de trabalho doméstico, são as mulheres negras que majoritariamente executam esse trabalho. Considerando que atuar nos programas de pós-graduação, no Brasil, é conquistar o topo da carreira docente, esses dados revelam os traços inegáveis do racismo estrutural que se perpetua na sociedade brasileira, que é alimentado, dentre outras coisas, pelo não estranhamento da ausência de pessoas negras em espaços de poder, em uma sociedade constituída por uma população de maioria negra. O racismo estrutural, essa grande vergonha moral, no dizer de Almeida (2019, p. 50), é “uma decorrência da própria estrutura social, ou seja, do modo “normal” com que se constituem as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares, não sendo uma patologia social e nem um desarranjo institucional. O racismo é estrutural”. Uma das possibilidades de alterar essa realidade é começarmos a questionar por que não há pessoas negras, na mesma proporção que pessoas brancas, nos espaços de poder? Cabe perguntar ao leitor ou leitora, quantas professoras negras você teve em sua formação acadêmicas? Essa invisibilidade não pode ser naturalizada O processo contínuo e sistemático de discriminação e preconceito de todas as ordens concorre para a construção social de certos estereótipos da mulher negra como a mulata disponível ao sexo fácil, inclusive amplamente difundida no exterior, ou a da negra empregada doméstica. Dificilmente há uma assimilação à imagem de uma intelectual, por exemplo. Esse processo alimenta a destituição da humanidade dessas mulheres, de modo que, historicamente, seus corpos têm sido o elemento que assegura sua sobrevivência. O corpo violado, o ventre gerador para fins econômicos com o lucro da comercialização dos seus filhos, o corpo da ama-de-leite que não podia alimentar seus próprios filhos porque era obrigada a amamentar os filhos da sinhá e, atualmente, o corpo que suporta o pesado fardo do interminável trabalho subalterno. Ora, em razão de um passado escravagista marcado por extrema subalternização, as mulheres carregam múltiplos marcadores sociais traduzidos pela interseccionalidade, ou seja, pela intersecção de vários níveis de opressão como raça, gênero e classe. O cenário gerado pela COVID-19 nos provoca a refletir sobre a situação da mulher negra no que concerne sobre como elas estão assegurando sua sustentabilidade econômica, dado que constituem um universo considerável entre as mulheres com trabalhos precarizados e subalternos. Todavia, a despeito desse lugar social, elas não podem ser vistas, de acordo com Collins (2019 p.12), como super-heroínas destemidas, ou como vítimas oprimidas que precisam ser salvas. Trata-se de mulheres que, segundo o Instituto Locomotiva (2019), movimentam por ano em torno de 704 bilhões, ou seja, que resistem, que lutam para ser reconhecidas como pessoas que podem atuar de forma competente no espaço público. Todavia, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta que mulheres negras apresentam uma vulnerabilidade ao desemprego, 50% maior que mulheres não negras. Dessa forma, estão mais vulneráveis aos efeitos nefastos da pandemia, embora seja necessário ressaltar que a vulnerabilidade não é um atributo do sujeito, mas uma condição sob a qual as pessoas são postas. Com o intuito de investigar os efeitos da pandemia na vida das mulheres negras, o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), uma organização que busca dinamizar a promoção racial no mundo do trabalho, realizou um levantamento com mais de 200 mulheres negras em 19 Estado e no Distrito Federal. Entre as respondentes haviam mulheres que atuam formalmente em empresas nacionais e multinacionais, assim como mulheres empreendedoras. O objetivo da pesquisa era verificar como elas estão enfrentando o atual momento de crise em razão da COVID-19. Os dados do levantamento apontam que as profissionais que atuam em empresas nacionais e multinacionais, em sua maioria em cargos do baixo escalão, 76,4% afirmaram que seu maior receio na pandemia é a perda do emprego. Certamente porque reconhecem que mesmo em tempos de normalidades, as portas das organizações são muito mais estreitas para mulheres negras do que para mulheres brancas. Esse receio é vivenciado como algo real, razão pela qual 39,7% delas apontaram para a necessidade de apoio psicológico. Entre essas mulheres, apenas 13,2% temem por sua saúde, o que revela que a maior preocupação é com a subsistência pessoal. De outro modo, 72% das respondentes se encaixam no perfil de empreendedoras. Entretanto, “empreender” não é necessariamente uma opção para essas mulheres, mas geralmente a única via para a subsistência em virtude de não conseguir um emprego. Isso fica particularmente claro quando se constata que 80% delas não dispõem de reserva financeira, tampouco de um plano de negócio ou planejamento que pudesse garantir sustentabilidade econômica em tempos de pandemia. O estudo revelou que 44% delas possuem recurso para manter o negócio por apenas mais um mês e que o custo médio mensal do empreendimento é de R$ 1mil a R$ 5mil reais, portanto, valor bem acima do auxílio emergencial concedido pelo poder público. Em virtude disso, a maior necessidade apontada pelas empreendedoras é de capital de giro para a manutenção do negócio. Diante do exposto, é cabal a necessidade de elaboração de políticas públicas, notadamente tendo a interseccionalidade como metodologia para a concretização de políticas eficazes, que leve em conta que sobre os corpos de mulheres negras incidem vários eixos de subordinação como raça, classe e gênero, e que qualquer medida pública ou privada que não considere essa perversa realidade, está fadada ao insucesso. O receio de perder o emprego, assim como de não conseguir manter o próprio negócio e perder a subsistência não foram engendrados pela crise da COVID-19. Foram agravados em razão das consequências dramáticas da crise sanitária, econômica e humanitária. A verdade é que eles têm raízes históricas fincadas em uma sociedade com profunda desigualdade social, de modo que é urgente a eficiência na distribuição de recursos e créditos. É preciso também considerar que no momento em que a presença da mulher negra em espaços de poder e visibilidade não for uma exceção, teremos bases sólidas de uma sociedade que promove e constrói identidades diversificadas, assim como fomenta representações indispensáveis a qualquer sociedade que se pretenda democrática, justa e plural. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasOrg #filosofaemquarentena #mulheresnegrasemercadodetrabalho #pandemia REFERÊNCIAS ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019 COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política de empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019 DAVIS, Angela. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018 HOOKS, Bell. Teoria Feminista negra: da margem ao centro. São Paulo: Perspectiva, 2019 HOOKS, Bell. E eu não sou uma mulher?: mulheres negras e feminismo. Rio de Janeiro; Rosa dos tempos, 2019 RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das letras, 2019. SCHWARCS, Lilia. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
- Palabras en llamas: filosofas sobre filosofas - Live
Nossas irmãs argentinas da Universidade General Sarmiento apresentam uma série de micro-programas sobre filósofas por filósofas. Todos os sábados às 19 hs, pelo canal Facebook: https://www.facebook.com/unitvungs Um subproduto do patriarcado foi sempre a desvalorização - quando não a invisibilidade - das produções artísticas, científicas, culturais, filosóficas, etc, das mulheres. Palabras en llamas é uma ação cultural que se reconhece orgulhosamente como uma pequena parte das milhares que compõem as distintas reivindicações dos distintos feminismos. 23/5 María Elena Díaz apresenta Christine de Pizan 30/5 Diana Maffia apresenta Hannah Arendt 6/6 María Gardella apresenta Hipatia de Alexandria 13/6 Virginia Aspe Armella apresenta Sor Juana Inés de la Cruz #redebrasileirademulheresfilosofas #redlatinoamericanademujeresfilosofas #filosofasOrg #filosofasbrasil #unitvungs #palabrasenllamas
- Fazer morrer, deixar viver: modos de operação do racismo da biopolítica à necropolítica
ISABELA SIMÕES BUENO (UFPR) isabelasimoesbueno@gmail.com http://lattes.cnpq.br/5831321959235068 Dissertação de mestrado Data prevista de defesa: 31/01/2021 Buscamos desenvolver, ao longo da dissertação de mestrado, a temática do racismo e sua forma de operar dentro de um contexto no qual se verifica a existência de uma biopolítica, e, posteriormente, de uma necropolítica, com enfoque no seu potencial de dividir e estigmatizar populações. Nesse sentido, nosso objetivo principal é identificar a atuação do racismo de Estado – trabalhado por Michel Foucault – e de outras formas de racismo no cenário capitalista em dois momentos distintos: o primeiro, englobando o período de atuação da biopolítica, e o segundo, a partir da segunda metade do século XX, em que verifica-se a insurgência do que o pensador camaronês Achille Mbembe chama de necropolítica. Durante curso ministrado no Collège de France entre os anos de 1975 e 1976, editado posteriormente e publicado sob o título Em Defesa da Sociedade (1976), Michel Foucault versa a respeito do advento, no final do século XVII e começo do século XVIII, de um poder que se distingue do poder soberano verificado até então. As relações de soberania não mais são capazes de englobar as formas de manifestação do poder e suas tecnologias nesse novo contexto, à medida que retiram do poder sobre a morte a principal característica de exercício do poder. Além disso, a partir do momento em que os corpos passam a ser rentáveis e funcionar como força produtiva dentro do sistema capitalista, a preocupação por aprimorar dispositivos que permitam o fazer viver torna-se central ao exercício do poder. Grosso modo, como o próprio nome sugere, o biopoder relaciona-se com o controle sobre a vida, e diz respeito a fazer viver e deixar morrer. A produção e manutenção da vida em larga escala, no que tange tanto ao corpo quanto à sociedade, configura-se como base de um sistema econômico no qual a produtividade é a palavra-chave. É necessário ressaltar, entretanto, quem são esses corpos cujas vidas interessam. Isso porque, acompanhando a necessidade de fazer viver, vem também a negligência em deixar morrer alguns outros. A partir da reflexão sobre o problema da possibilidade do exercício do poder de morte dentro de um sistema político centrado no biopoder, Foucault identificará o racismo como o corte principal, a linha divisória entre os indivíduos intitulados a viver e aqueles que devem morrer. Ele atua como uma maneira de defasar alguns grupos no interior da população em relação a outros e, a partir disso, fragmenta o campo biológico que é incumbência do poder. Ao exercer o biopoder, o Estado tem por função eliminar os potenciais perigos à vida, a fim de preservá-la. Dessa maneira, sendo ele o “protetor da integridade, da superioridade e da pureza da raça”, Foucault (1976) enfatiza a principal função do racismo: estigmatizar, marcar, segmentar o outro, para que seja possível transformá-lo em inimigo e possibilitar a “morte da raça ruim, da raça inferior (ou do degenerado, ou do anormal)” (Ibidem) e a proteção da vida em geral. A raça e o racismo atuam como uma ideologia necessária para justificar a expansão do capitalismo, o colonialismo, a escravização de povos africanos, a submissão e destruição de populações indígenas, e, por outro lado, as teorias a respeito da supremacia branca, da pureza racial e da superioridade do Homem europeu em detrimento de outras populações. Referimo-nos, com a utilização do termo “Homem”, ao projeto universal de humanidade notoriamente desenvolvido a partir de ideias iluministas, que, conforme demonstraremos, ampara-se fortemente na produção do discurso sobre raças e na divisão e hierarquização de povos humanos. Nesse sentido, Homem, com “H” maiúsculo, refere-se àqueles inseridos nesse projeto de modo a serem considerados superiores, mais evoluídos ou mais esclarecidos que os demais. E, embora tais conceitos façam parte de uma narrativa imaginária, seus efeitos sobre o mundo são muito reais. Apontado por Foucault como aparato fundamental de controle e disciplina sobre os corpos na biopolítica e, de maneira mais abrangente, no biopoder, o racismo é o mecanismo de divisão entre aqueles que devem viver e aqueles que são deixados para morrer. Dizemos “de maneira mais abrangente” porque, na esteira do pensamento foucaultiano, define-se biopoder a partir de duas formas: por um lado refere-se ao corpo, em uma anátomo-política, e por outro faz menção à população, quando assume o nome de biopolítica. Quando falamos a respeito do biopoder exercido sobre o corpo, referimo-nos aos dispositivos disciplinares que têm por objetivo extrair do corpo humano, a partir do controle, sua força produtiva e colocá-la a serviço do capital. Já a biopolítica, por sua vez, atua de maneira análoga, porém com foco em regular as massas através da gestão das taxas de natalidade, dos fluxos de migração, do controle de epidemias e de tecnologias capazes de aumentar a longevidade. Contudo, a maior preocupação no capitalismo atual não se direciona mais à força de trabalho. Na verdade, em termos de economia, o aumento da composição orgânica do capital e a automatização de diversas etapas da linha de produção reduz drasticamente o interesse na manutenção de corpos vivos: os corpos dóceis e disciplinados deixam de ser valiosos, ou, pelo menos, têm seu valor diminuído. Politicamente falando, se outrora a produção da vida adequada à forma social figurava como principal interesse, manifestado através da biopolítica, agora parece-nos mais adequado falar a respeito de uma necropolítica. Falamos de vidas cuja força produtiva torna-se desnecessária ao modus operandi do capitalismo atual. Vidas que agora são consideradas supérfluas, marginalizadas, criminalizadas, e não mais interessam vivas: convertem-se em vidas matáveis. Assim atua a necropolítica, conceito explicitado pelo pensador camaronês Achille Mbembe com o intuito de expandir o conceito de biopoder e a análise biopolítica foucaultiana aos tempos atuais e, principalmente, às periferias do capitalismo, onde o estado de exceção torna-se regra e a política pode ser traduzida como a destruição material dos corpos e populações humanas julgadas como descartáveis e supérfluas. Considerando tal percurso, nosso principal objetivo nesta pesquisa é identificar a atuação do racismo de Estado tal qual explicitado por Foucault e também de outras manifestações do racismo e suas principais distinções no contexto da biopolítica e da necropolítica.Cabe, doravante, indagar: qual o ponto de inflexão da biopolítica para uma necropolítica? Em outras palavras, considerando também o aspecto econômico como fator de influência, de que maneira as crises do capitalismo contribuíram para uma transição entre uma forma de poder preocupada com a produção de vidas dóceis para um contexto de aniquilação em larga escala? Ainda, quem são esses indivíduos/grupos aniquiláveis? Buscando complementar e continuar a análise feita a respeito da biopolítica e o racismo de Estado, de que maneira o componente racial – traduzido contemporaneamente pela difusão de ideias de supremacia branca, pelas práticas de racismo, entre outros – atua na manutenção do poder nas periferias do capitalismo? A coluna Em curso divulga as pesquisas de pós-graduandas na filosofia para contribuir para a visibilidade das pesquisas de filósofas no Brasil. Quer publicar a sua pesquisa? Basta preencher o formulário. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasOrg #emcursofilósofas #filosofasbrasil #necropolítica #mulheresnapesquisaemcurso #autoras
- A importância da Rede brasileira de Mulheres Filósofas
Gostaria de lhes contar por que, a meu ver, a Rede é tão importante para nós, mulheres filósofas. Começo contando um episódio marcante na minha trajetória acadêmica. Diante da absoluta ausência de filósofas nos currículos da graduação e pós-graduação na USP, onde me formei, cheguei a me perguntar: será que existem mulheres filósofas? O que me levou imediatamente a uma pergunta de fundo: será que a mulher é capaz de filosofar? Acreditar que eu, mulher, seria capaz de fazer filosofia é muito mais difícil diante de uma história da filosofia que omite filósofas. É muito mais difícil em um ambiente acadêmico que nos diminui, oprime e até assedia. É muito mais difícil em uma sociedade machista, patriarcal que desqualifica a mulher e desvaloriza a filosofia. Pois bem, a Rede veio para nos ajudar a superar essas dificuldades. Para além da divulgação de nossos trabalhos, para além das possibilidades de nos conectarmos, para além da conquista de visibilidade e do reconhecimento acadêmico e social da filosofia feita por mulheres, está a compreensão de que esse silenciamento e essa opressão são um problema estrutural e não um evento particular que sofre uma ou outra filósofa. A Rede vem construindo o que se poderia chamar de consciência de classe ou de grupo: a consciência de que nós, mulheres filósofas, encontramos em nós mesmas força e coragem para nos expormos mais e produzirmos filosofia com mais audácia e liberdade.
- Carmel Ramos entrevista Carolina Araújo na série Podcast do PPGLM: Quantas Filósofas?
Desde 2016 Carolina Araújo elabora uma pesquisa orientada à questão das mulheres na carreira acadêmica em Filosofia no Brasil. A pesquisa "Quantas Filósofas?" tem caráter crítico e estatístico. Nesse episódio Carmel Ramos conversa com a professora da UFRJ sobre o seu trabalho de reunir dados antes não organizados e debatidos a respeito da proporção de mulheres que integram os programas de pós-graduação em Filosofia no país. Ouça o podcast em https://www.spreaker.com/user/12553643/ppglm-ep1-quantasfilosofas Leia o artigo: Quatorze anos de desigualdade: mulheres na carreira acadêmica de Filosofia no Brasil entre 2004 e 2017: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/155750 #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasbrasil #filosofasOrg #ppglm #podcastppglm




![[HOJE] A Rede: O que é? O que pode se tornar? Live: Diálogos ANPOF](https://static.wixstatic.com/media/eca76d_a4e31712d9d84e5282a4618f809cdfa0~mv2.jpg/v1/fit/w_176,h_124,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_3,enc_auto/eca76d_a4e31712d9d84e5282a4618f809cdfa0~mv2.jpg)







