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  • Episódio desta semana: Adelaide Carraro, autora de denúncias gozosas.

    “Quando escrevo algum livro, procuro um assunto que ninguém abordou ou tem medo de abordar. Entro dentro da história, sem mesmo refletir se posso sair viva da mesma” - Adelaide Carraro. Como afirma Adriana Fraga Vieira, Adelaide foi uma romancista brasileira que escolheu reencontrar-se com o tempo através da literatura, tornando públicos aspectos de sua vida pessoal. Em uma série de escritos autobiográficos e posteriormente escolhendo outras vidas para narrar, suas obras são tecidas a partir de memórias e experiências, que dão significados a seu trabalho. Quer conhecer mais sobre essa voz? Acompanhe nosso podcast Mulheres Intelectuais de Ontem e Hoje, link na bio https://instagram.com/vozes.de.mulheres?utm_medium=copy_link. Novo episódio dia 1 de dezembro, as 11h na Radio UFRJ e na plataforma Spotify. #podcastmulheresintelectuaisdeontemehoje #CassandraRios#EscritoraMaldita #feminismodecolonial #vozesdemulheres#vozeslatinoamericanas #feminismoantirracista #resistência#lutaanticolonialista #pósgraduacaodefilosofiaufrj #PPGF#estudosdescoloniaiscarolinamariadejesus

  • Hoje: Uma História de Mulheres Filósofas: notas de uma tradução

    Hoje, 29 de novembro, às 19horas, como parte do XIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto, Gislene Vale dos Santos (UFBA), Ana Rieger (UFRGS), Ilze Zirbel (UFSC) e Marília Espírito Santo (PPGLM-UFRJ) irão discutir a experiência da tradução coletiva para o português de Uma História de Mulheres Filósofas, de Mary Ellen Waithe. Não perca! Hoje, no canal YouTube: Filosofia UFOP Mais informações em http://www.enpf.ufop.br #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasorg #filosofasbrail #waithe #umahistoriademulheresfilosofas

  • Mulheres que leem mulheres: Paula Rech lê Amy Allen

    Neste sábado (27/11), lançamos mais um vídeo do projeto "Mulheres que leem mulheres", parceria entre a Rede Brasileira de Mulheres Filósofas e o Laboratório Filosofias do Tempo do Agora (Lafita/UFRJ), no qual pesquisadoras brasileiras apresentam filósofas e teóricas das Ciências Humanas com o objetivo de ampliar a visibilidade do trabalho de mulheres para a comunidade acadêmica. No décimo oitavo vídeo da série, prosseguimos com os lançamentos da nossa chamada pública. Nele, a pesquisadora Paula Rech (UFRGS) apresenta a filósofa estadunidense Amy Allen.

  • A meditação como impulso dionisíaco e apolíneo na estética existencial de Friedrich Nietzsche

    ROBERTA SOARES DE MELO (UERJ) betafilosofia@gmail.com http://lattes.cnpq.br/7577190319028362 Tese de doutorado Orientadora: Maria Helena Lisboa da Cunha Data prevista para a defesa: 29/11/2024 Fonte da imagem: Cidade foto criada por freepik - br.freepik.com Na pesquisa em questão pretendo desenvolver uma justificativa possível para a concepção da vida como fenômeno estético em Nietzsche através da prática meditativa realizada em diversas tradições orientais. Partindo do olhar do Ocidente sobre a noção de um “eu” que se estende pela ideia de um ego e de uma consciência bem determinado, o projeto ocidental pensa uma identidade determinada por um “eu” atômico e independente. Ao mesmo tempo, constrói uma moral fixa conectada fortemente à definição desse “eu”, substância imóvel e isolada. A união desses dois pontos - “eu” isolado e moral fixa - foi capaz de produzir uma das tendências mais deletérias da condição humana – a permanente insatisfação com o que se é; e mais ainda, a não aceitação do que se foi. Nietzsche apresenta ao longo de sua filosofia uma perspectiva que se afasta tanto do modelo de moral fixa como de um “eu” permanente e único. Apesar de perspectivas diferentes, a Filosofia Oriental, sobretudo a indiana, reconhece o sentido do “eu” também como algo não fixado, em um sentido que ultrapassa o sujeito consciente e delimitado. O “eu” aqui é afirmado não como algo isolado, mas em conexão. Entende-se que é importante uma correção na percepção do “eu”, pois as distorções decorrentes de uma compreensão falha podem se tornar fontes de contaminação na maneira como vemos o mundo e a nós mesmos. Na prática, isso constitui em abandonarmos a instância do “eu” e do “meu” para que aquilo que é objeto de manipulação torne-se o que se é, ou seja, mais um fenômeno que compõe a vida. Do lado Ocidental, Nietzsche traz à tona a questão do “tornar-se quem se é” e para compreendermos isso podemos partir da definição nietzscheana de vida como um fenômeno estético. Segundo ele, o mundo e a própria existência só podem ser justificados como um fenômeno estético. Com isso, Nietzsche substitui uma ótica moral sobre a vida para dar sentido à existência pela ótica de uma estética existencial fazendo uso da simbologia dos deuses Apolo e Dioniso. Na perspectiva da estética existencial nietzscheana, apolíneo e dionisíaco se integram formando dois aspectos vitais pelos quais o ser humano é modelado: o impulso apolíneo, baseado em critérios de harmonia e perfeição formal, vincula-se a uma necessidade humana de sobriedade, equilíbrio de conduta, respeito pela ordem pública. E o impulso dionisíaco, negador de qualquer limite, conduz à exaltação desmedida nas ações, à supressão da individualidade pelo êxtase, à embriaguez como libertação existencial. Para ele, Dioníso e Apolo são, respectivamente, símbolos de vida e de morte, força vital e racionalidade, saúde e doença, instinto e intelecto, escuridão e luz, devir e imobilidade, embriaguez e sonho. Diante dessa leitura nietzscheana podemos identificar o papel de uma dupla de impulsos que não lutam contra si, mas se complementam no indivíduo humano. Essa dupla relação foi muito bem explorada por Nietzsche na junção de uma ordem estabelecida pela razão, que configura a busca por um princípio lógico, com a arte como possibilidade de liberação e equilíbrio do instintivo inconsciente humano. A meditação, por sua vez, pensada a partir da respiração, indica que em cada ser humano há um duplo ritmo respiratório. Um ligado à vida de relação ou consciente e o outro à atividade vegetativa e inconsciente. A primeira, que todos conhecem, é superficial e a outra, profunda. Aquela se liga a atividades conscientes, características do eu superficial e consciente e a outra é própria dos mecanismos inconscientes e involuntários, ligada, portanto, ao “eu” profundo. A integração que se atinge no plano respiratório é estendida ao plano psíquico e a sua prática, levada em última instância a uma meditação na ação, pode trazer os mesmos efeitos da dupla relação de impulsos apresentada por Nietzsche. Considerando as análises do conceito de apolíneo e dionisíaco em Nietzsche e o princípio da meditação, pretendo justificar a meditação como um mecanismo capaz de executar os dois impulsos, apolínio e dionisíaco. A proposta é estabelecer, através do corpo, um equilíbrio do indivíduo humano que a essa prática se conduzir criteriosamente. ............................................................................................................................................................. A coluna Em Curso divulga as pesquisas de pós-graduandas na filosofia para contribuir para a visibilidade das pesquisas de filósofas no Brasil. Quer publicar a sua pesquisa? Basta preencher o formulário. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasOrg #emcursofilósofas #filósofasbrasil #mulheresnapesquisaemcurso #Nietzsche #meditacao #existencia As informações sobre a pesquisa e a imagem divulgada são de responsabilidade da autora da pesquisa.

  • Verbete: Feminismo negro e a crítica à cultura brasileira

    O rico verbete escrito por Alice Lino tem como fio os conceitos de cultura, identidade e estereótipo a fim de trazer à tona tanto os prejuízos causados pelas recorrentes representações insuficientes e equivocadas das mulheres negras no meio social, quanto à resistência expressa por meio das nomeadas entidades culturais de massa. Para o desenvolvimento do tema, são visitados escritores e intelectuais negros tais como Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Neusa Santos e Sueli Carneiro, que estarão em diálogo com Abdias do Nascimento, Stuart Hall e Kabengele Munanga, com especial atenção às abordagens críticas da cultura elaboradas pelo pensamento feminista negro no Brasil. Ao falar sobre arte e cultura, fala-se também sobre igualdade nas relações sociais através de representação. Não perca! O verbete pode ser lido na íntegra em nosso blog. https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/feminismo-negro-e-a-critica-a-cultura-brasileira/ #mulheresnafilosofia #feminismonegro #feminismos #leliagonzalez

  • Tem vídeo novo da Série Prêmio Filósofas!

    Em mais um vídeo da série, convidamos a Silvia Brandão, doutora pela Unifesp, a apresentar sua tese, intitulada "As máquinas de memória: o corpo-vítima da ditadura militar brasileira como peça dos processos de subjetivação do contemporâneo". Defendido em 2019, o trabalho foi indicado pelo PPGF ao Prêmio Filósofas 2020. O objetivo da Série de Vídeos Prêmio Filósofas é divulgar as pesquisas em filosofia realizadas por mulheres no Brasil. Por isso, periodicamente publicamos um vídeo com as filósofas indicadas por seus programas de pós-graduação ao Prêmio Filósofas, ao Prêmio ANPOF e ao Prêmio Capes contando um pouco sobre sua dissertação ou tese. Acesse https://youtu.be/nH-Y-p8QgNY para conferir!

  • Entrevista: Alice Lino sobre o verbete "Crítica Feminista Negra à Cultura Brasileira"

    Na próxima quarta-feira, lançamos o verbete "Crítica Feminista Negra à Cultura Brasileira". Nossa editora, Yara Frateschi convida Alice Lino para uma conversa sobre os temas que permeiam o verbete escrito especialmente para o nosso blog. A conversa será às 18h, em nosso canal do Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=6vX2LyeIQY4 O tema é atual e urgente. Não deixe de participar! #mulheresnafilosofia #feminismonegro #feminismos

  • Didática e Metodologia no Ensino de Filosofia é o novo curso de aperfeiçoamento da Escola As Pensado

    “Tem a pretensão de reinterpretar teorias da aprendizagem e de ensino através da ótica das teorias feministas, associando tradição e renovação” "Queremos construir, em conjunto com os profissionais da educação, uma nova maneira de ensinar. Queremos revolucionar o pensamento brasileiro, deixar a nossa marca na história!". Com essas palavras da Professora Beatrís da Silva Seus, a Escola As Pensadoras lança o Curso de Aperfeiçoamento de Formação Continuada e Complementar - “Didática e Metodologia no Ensino de Filosofia: uma Perspectiva Feminista”. As aulas iniciarão em fevereiro de 2022 e foram distribuídas ao longo do ano. Foi desenvolvido com o objetivo de problematizar os conceitos de “método” e “didática” para além das proposições tradicionais de ensino. O “sujeito” das ciências foi fundamentado a partir de teorias majoritariamente masculinas; além disso, estamos inseridos em um contexto diferenciado daquele através do qual se pensou justificar as melhores técnicas de ensino, cujo processo envolve a performatividade do educador, juntamente com o desenvolvimento de métodos que possam dialogar com as diferentes realidades dos estudantes. "Acreditamos que o curso será uma ótima oportunidade, tanto para aqueles profissionais da educação que buscam por um aperfeiçoamento que dialogue com as mudanças contemporâneas da realidade escolar e a teoria feminista, como também para os futuros profissionais que tenham interesse em ampliar seu horizonte de possibilidades metodológicas. Por isso, convidamos a todas e todos a fazer parte da reinvenção pedagógica do saber", destaca a Professora Beatris Seus, Coordenadora do curso. Assim como os demais, o curso é totalmente online e pode ser realizado de maneira síncrona e assíncrona pelas plataformas digitais. As participantes receberão certificação pela Escola As Pensadoras referente a 80 horas de aulas. Existe a possibilidade de participação de pessoas surdas, mais uma oportunidade de formação intelectual democrática. Inscrição no site: Estudante graduação: 12 x de R$ 65,00 Estudante de pós-graduação e professores da rede municipal e estadual: 12 x R$ 85,00 Profissional: 12 x R$ 130,00 *Na matrícula confirmada até dia 18/12/21, a cursista receberá um exemplar do V1. da Coleção As Pensadoras. **Confirmando a sua inscrição ainda em novembro, será gerada, automaticamente, uma bolsa para uma mulher cis ou trans, que não tem condições de pagar, fazer esse curso também. Módulos: - Filosofia para crianças: por uma educação investigativa - Didática, professoras e modos de ensinar filosofia - Metodosofia: dramatização e transcriação no ensino de Filosofia - Filosofia em cena – corpos, currículos, metodologias: filosofar no espaço coletivo comum - Equidade de gênero na escola, na família, na comunidade e na sociedade em geral - O ensino da estética e da crítica de arte no enfrentamento ao racismo e ao sexismo Conheça o curso e o corpo docente: https://www.aspensadoras.com.br/cursos/uma-perspectiva-feminista

  • Live: Ivone Gebara no Dia Mundial da Filosofia

    Novembro é o mês de Ivone Gebara! No dia 18 de novembro, celebramos o Dia Mundial da Filosofia, e convidamos nossa filósofa brasileira para comemorar conosco, com a Rede Brasileira de Mulheres Filósofas e com a Rede de Mulheres Filósofas da América Latina, com uma live em torno de reflexões sobre o fazer acadêmico e o fazer filosófico cotidiano. Ivone Gebara: Da filosofia acadêmica à filosofia do cotidiano. Dia 18/11 às 18h30: https://www.youtube.com/watch?v=X0TajAdYFRg Doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em Ciências Religiosas pela Pontifícia Universidade Católica de Louvain (Bélgica), Ivone Gebara nasceu na cidade de São Paulo, no ano de 1944. Segue bastante ativa mesmo agora nestes anos de pandemia, e aceitou conversar conosco sobre sua obra e suas reflexões filosóficas, religiosas e ecofeministas. Participam dessa conversa Ilze Zirbel e Janyne Sattler, integrantes do Projeto Uma Filósofa por Mês. Ilustração: Shayenne Bruna Alves.

  • POR QUE O FEMINISMO DEVE SER TAMBÉM SOCIALISTA?

    ROBERTA DA CUNHA RODRIGUES robertadacunha29@gmail.com http://lattes.cnpq.br/4579155903831473 Dissertação de mestrado Orientadora: Maria Cristina Longo Cardoso Dias Data prevista para a defesa: 15/03/2021 Fonte da imagem: https://mirmexico.mx/wp-content/uploads/2017/06/FEMINISMO-1200x640.jpg Os movimentos de mulheres que se fundamentam em perspectivas éticas e políticas liberais, historicamente, demonstraram serem insuficientes e problemáticos diante das demandas sociais e políticas dos mais variados grupos que compõem a sociedade, pois não alcançam a raiz que fundamenta as opressões, isto é, se mantém na superfície do problema. Tal insuficiência se deve ao fato de que a tradição do feminismo liberal trata a questão da subordinação feminina como uma questão autônoma, desvinculada das outras opressões provocadas e acentuadas pelo modo de produção capitalista, como pode-se observar a obra de Betty Friedan (1971). Para compreender essa problemática, é necessário explorar a teoria do valor de Karl Marx (2013) e, partindo de autoras como Silvia Federici (2017), Heleieth Saffioti, Angela Davis (2016) e Ana Montenegro (1981), entender como o modo de produção capitalista acentua todas as opressões, sejam elas de classe, raça ou gênero, e se beneficia das mesmas para a sua manutenção e para o avanço do capital. São as mulheres que, além de trabalharem no âmbito da produção, trabalham também no âmbito da reprodução da força de trabalho, realizando as atividades que permitem que trabalhadores estejam sempre prontos para ser explorados, sem receber remuneração para isso, ou recebendo uma baixa remuneração em condições insalubres, na periferia do sistema de produção. É preciso entender quais as causas desses fenômenos, o que faz com que as mulheres, sobretudo as mulheres negras, permaneçam nessas condições, pois, mesmo que o modo de produção capitalista não tenha criado a inferiorização das mesmas, ele se aproveita dessas condições aprofundando ainda mais as desigualdades. Sendo assim, não só o sexo, mas também a raça são elementos utilizados pelo modo capitalista de produção para acentuar as desigualdades e manter grupos sobre os quais se deposita a intensificação do trabalho, extensão da jornada e salários mais baixos. Para isso, é necessário entender melhor, a partir das sociedades pré-capitalistas, como se deu o processo de acumulação primitiva e desenvolvimento do modo de produção capitalista. Para sustentar todo o processo de expropriação, exploração e escravização na acumulação primitiva, foi necessário transformar os corpos, em geral, em máquinas de produção, e os corpos das mulheres, em particular, em máquinas de reprodução da força de trabalho. Sendo assim, a divisão sexual do trabalho tornou as mulheres seres dependentes do salário dos homens e, a partir disso, garantiu que o Estado e os empregadores se beneficiassem, a partir do salário masculino, do trabalho não remunerado feminino. Mesmo quando o mercado de trabalho absorve mulheres, estas ainda continuam sustentando duplas e triplas jornadas de trabalho (incluindo empregos formais, trabalho doméstico, cuidados familiares com filhos e etc.) sem a devida remuneração. Ou seja, o modo de produção capitalista se beneficia tanto com a inserção da mulher no mercado de trabalho, como também com o seu afastamento e confinamento no ambiente doméstico tornado privado nesse modo de produção. No primeiro, com o aumento da concorrência, e no segundo com a não remuneração de atividades que não são consideradas como trabalhos. O modo de produção capitalista precisa criar subcategorias a permanecerem no que se chama exército de reserva para lançar mão deles sempre que necessário, mantendo uma grande fila de espera e a concorrência alta, forçando-os ao sobretrabalho e à submissão absoluta. Para isso, o sistema se utiliza de desigualdades já existentes em sociedades pré-capitalistas para criar marcas sociais que permitem maior exploração, ou seja, é a partir da desumanização ou inferiorização de certos grupos que se torna aceitável e se legitima que eles sejam ainda mais explorados. No caso das mulheres, são identificadas como seres inferiores junto aos trabalhos de reprodução social que são invisibilizados por não produzirem mercadorias (apesar de produzirem a mais importante mercadoria, a força de trabalho). Um dos principais aspectos utilizados como base de argumentação para a inferiorização social da mulher na sociedade capitalista são suas características biológicas. Isso porque o objetivo do lucro exige que o capitalista racionalize todas as suas escolhas tendo sempre em vista a exigência máxima de produção de seus funcionários, fazendo com que a maternidade sirva de justificativa para mantê-la na periferia do capital. Entretanto, as atividades de reprodução social, sendo apropriadas pela sociedade como um todo, não podem ser consideradas atividades privadas das mulheres, devem ser socializadas a partir da ampliação de creches e escolas, serviços domésticos justamente remunerados (pois as empregadas domésticas sofrem fortemente com os baixos salários e altas taxas de exploração), licença remunerada, cozinhas e lavanderias comunitárias. Tais reivindicações só possuem espaço muito limitado dentro dos moldes de acumulação do capital, pois representam grandes gastos que podem ser evitados com a desvalorização das mulheres e, por isso, nesse modo de produção, a mulher nunca encontrará de fato a resolução de suas reivindicações, mas apenas soluções parciais, uma vez que são essas desigualdades atribuídas a certos grupos (mulheres, negros e negras, indígenas, imigrantes, LGBT’s, pessoas com necessidades especiais) que mantém o equilíbrio de um modo de produção fundado na desigualdade. É nesse sentido que surge a necessidade de compreender o que há por trás das opressões sofridas pelas mulheres, entendendo que o feminismo não pode ser compreendido como um movimento político autônomo que busca somente a igualdade de gênero a partir de mudanças morais na construção da autonomia feminina a partir de soluções individuais, como propõe Friedan (1971). Para a autora, a libertação da mulher se limita à sua busca pela própria identidade. Nesse sentido, modificar o pensamento e o comportamento das mulheres a partir da transformação da cultura e da educação é suficiente para atingir a finalidade da libertação, mesmo que essa possibilidade só exista para um número muito restrito de mulheres que possui diversos privilégios de raça e classe. Essa perspectiva moraliza uma questão que demanda uma análise materialista-histórica e uma ruptura dentro do modo de produção antes de se deter nos aspectos subjetivos. Isso não significa que estes aspectos não sejam relevantes, mas sim que eles são insuficientes para realizar uma análise completa e profunda sobre as questões feministas. Referências bibliográficas: DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Trad. Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016. FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: Mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017. FRIEDAN, Betty. Mística Feminina. Trad. Áurea B. Weissenberg. Rio de Janeiro: Vozes Limitada, 1971. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política; Livro I. Tradução de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013. MONTENEGRO, ANA. Ser ou não ser feminista. Recife: Guararapes, 1981. SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. 3. Ed. – São Paulo: Expressão Popular, 2013. .............................................................................................................................................................. Em Curso divulga as pesquisas de pós-graduandas na filosofia para contribuir para a visibilidade das pesquisas de filósofas no Brasil. Quer publicar a sua pesquisa? Basta preencher o formulário. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasOrg #emcursofilósofas #filósofasbrasil #mulheresnapesquisaemcurso #feminismo #socialismo #identidade #produçao #capitalismo Asinformaçõessobreapesquisaeaimagemdivulgadasãoderesponsabilidadedaautoradapesquisa.

  • Revista Seiscentos: Gênero, Feminismos e Filósofas do século XVII

    É com alegria que tornamos público o volume inaugural da Revista Seiscentos, cujo eixo temático é Gênero, Feminismos e Filósofas do Século XVII! A Seiscentos é publicação eletrônica vinculada ao Programa de Pós-Graduação Lógica e Metafísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trata-se de uma revista de filosofia que pretende abrigar artigos, resenhas e traduções de temas, autoras e autores relacionados ao século XVII, além de interpretações contemporâneas dos mesmos. O periódico nasce do desejo de criar um espaço de divulgação para pesquisas que examinem a história da filosofia seiscentista com originalidade e rigor. Nasce também de uma postura ético-política de resistência aos universalismos e evidências perpetrados pelo cânone filosófico. Seu primeiro volume possui uma seção temática dedicada às mulheres na filosofia do século XVII e a debates de feminismo e gênero correlatos, bem como uma seção geral com artigos de pesquisadoras e pesquisadores brasileiros e estrangeiros que versam sobre discussões caras ao período histórico. Insere-se, portanto, num movimento mais amplo de resgate de pensamentos que sempre se fizeram presentes no horizonte filosófico, mas que foram silenciados pela imposição patriarcal. O volume completo pode ser acessado no link: https://revistas.ufrj.br/index.../seiscentos/issue/view/1813 SUMÁRIO Editorial Artigos Temáticos Poulain de la Barre's Socializing of the Cartesian Mind Lisa Shapiro Autoridade, paixão e a igualdade dos sexos em Poulain de la Barre Sacha Zilber Kontic Sobre Lady Masham e alguns pensamentos ocasionais sobre o cânone em filosofia moderna Tessa Moura Lacerda Le Philosophe, les Dames, des Lignes et des Angles David Rabouin O que Elisabeth da Bohemia perguntou a Descartes? Uma proposta de leitura da carta que inaugura a Correspondência Katarina Ribeiro Peixoto Puissance et pouvoir de la parole. Judith Butler au prisme de l’anthropologie spinoziste du langage Céline Hervet Tradução Cartas Filosóficas (Cartas XXX e XXXI) Margaret Cavendish Seção Geral Pascal, da reflexão geométrica à experiência do infinito Luís César Guimarães Oliva Latência e servidão voluntária: A oposição radical entre Espinosa e La Boétie Bruno Albarelli Spinoza’s argument for substance monism Jack Stetter Figurações proféticas e sínteses místicas: ensaio de mitografia em uma teologia política do seiscentos Fabiano Lemos e Ulysses Pinheiro Boa leitura!

  • Djamila Ribeiro by/por Yara Frateschi: Brazilian Women Philosophers/Filósofas Brasileiras

    Learn more about philosopher Djamila Ribeiro with philosopher Yara Frateschi Conheça mais sobre a filósofa Djamila Ribeiro com a filósofa Yara Frateschi Djamila Ribeiro holds a Master's Degree in Political Philosophy from the Federal University of São Paulo. She is Editor of the "Plural Feminisms" Collection and author of "Lugar de Fala", at Pólen Livros; "Who's Afraid of Black Feminism?" and "Little Antiracist Manual", both at Companhia das Letras. She is a columnist for the newspaper Folha de S. Paulo and considered by the BBC as one of the 100 most influential women in the world. She won the Jabuti Award in the Humanities category in 2020. Yara Frateschi is Professor of Philosophy at the Department of Philosophy of Unicamp, researcher at CNPq and co-editor of the Blog Women in Philosophy. The Brazilian Women Philosophers / Filósofas Brasileiras series is promoted by the Extending New Narratives in Philosophy and by the Brazilian Network of Women Philosophers. With curation by Carolina Araújo and Carmel Ramos, both at the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), the series invites intellectuals to present the ideas of prominent Brazilian Women Philosophers. Focused on the author's concepts and arguments, the videos intend to show the importance of reading her works and introducing them in the academic curriculum. Djamila Ribeiro é Mestre em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo e coordenadora da Coleção Feminismos Plurais. É autora de "Lugar de Fala", pela Pólen Livros; "Quem tem medo do Feminismo Negro?" e "Pequeno Manual Antirracista", ambos pela Companhia das Letras. É colunista do jornal Folha de S. Paulo e considerada pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo. Foi vencedora do Prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas em 2020. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0264546132857519 Yara Frateschi é professora livre docente do Departamento de Filosofia da Unicamp, pesquisadora do CNPq e coeditora do Blog Mulheres na Filosofia. https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/ Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1917359676356798 A série Brazilian Women Philosophers / Filósofas Brasileiras é promovida pelo projeto internacional Extending New Narratives in Philosophy e pela Rede Brasileira de Mulheres Filósofas. Com curadoria de Carolina Araújo e Carmel Ramos, ambas da UFRJ, a série convida intelectuais a apresentarem as ideias das principais filósofas brasileiras. Centrados nos conceitos e argumentos da autora, os vídeos pretendem mostrar a importância da leitura de suas obras e de sua introdução no currículo acadêmico. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasorg #filosofasbrasil #djamilaribeiro #yarafrateschi #brazilianwomenphilosophers

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