GT FILOSOFIA E GÊNERO
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- A potencialidade do feminismo agonístico
ROSIENE BARROS DA ROCHA (UFES) cap.rosienebarros@gmail.com http://lattes.cnpq.br/7558235148522928 Dissertação de mestrado Orientador: Marcelo Martins Barreira Data de defesa: 23/09/2019 Fonte da imagem: https://www.democraticaudit.com/wp-content/uploads/2018/08/For-a-Left-Populism-image.jpg A pesquisa, que surgiu inicialmente do meu interesse em aprofundar a análise sobre teorias e pensamentos políticos produzidos por mulheres filósofas, buscou investigar em que medida o modelo agonístico de democracia radical proposto por Chantal Mouffe, baseado na valorização do pluralismo e do dissenso, pode ser identificado no feminismo. A abordagem da autora quanto à forma de ampliar a esfera de ação política constitui o nosso foco de análise, na busca por compreender como as diversas articulações e lutas democráticas feministas podem retratar a potência de um feminismo agonístico como projeto político mais amplo de democracia. A filósofa desenvolve o seu pensamento assumindo o antagonismo e o conflito como categorias centrais do político, na medida em que defende a importância do dissenso para a própria sobrevivência da democracia, em uma sociedade cada vez mais plural. Como forma de compatibilizar a distinção amigo/inimigo do antagonismo com o pluralismo democrático, a autora propõe transformar o antagonismo em agonismo, o que torna possível o conflito não entre inimigos, mas entre adversários. Mouffe reconhece a importância, contudo, da construção de cidadãos democráticos como forma de possibilitar o modelo adversarial proposto. A partir da noção de exterioridade constitutiva, ou seja, o “eles”, a autora se lança à compreensão sobre o que está em jogo na construção das identidades, apontando, assim, o poder como constitutivo das relações sociais que se estabelecem entre nós/eles. A maneira de viabilizar as formas de identificação dos cidadãos, com o propósito de motivá-los à participação democrática e coletiva, não fugiu do raio de análise da autora, cuja proposta passa pela tarefa da política de criar canais democráticos pelos quais as paixões pudessem ser mobilizadas. Nessa seara, Mouffe defende o necessário embate entre esquerda e direita como importante canal democrático capaz de mobilizar a participação política dos cidadãos, uma vez que a dimensão afetiva está diretamente relacionada com as formas de identificação democrática. Na ausência de um espaço vibrante de contestação, assim como formas democráticas de identificação, abre-se espaço para discursos extremistas e fundamentalistas que incluem a política na esfera moral e, assim, colocam em risco o processo democrático. A forma de encarar a luta política é abordada pela autora a partir da compreensão de radicalização da democracia, que exige a transformação das estruturas de poder e a construção de uma nova hegemonia. Através das práticas articulatórias, a autora propõe a cadeia de equivalências como estratégia capaz de subverter as diferenças entre identidades construídas discursivamente e, assim, formar uma vontade coletiva capaz de ampliar a ação política contrária às práticas opressoras. Assim, as diferenças entre as identidades deixariam de existir momentaneamente para dar lugar a uma forma de identificação coletiva ou vontade coletiva. A partir da criação de espaços agonísticos, as demandas poderão ser articuladas como estratégia capaz de confrontar a hegemonia, cuja resolução, contudo, é sempre provisória e contingente, em um interminável processo de conflito e interação entre poderes hegemônicos e contra-hegemônicos. Nesse ponto, faz-se possível identificar o perfil agonístico que assume o feminismo em razão da ampla diversidade de vozes e de identidades existentes dentro do próprio movimento feminista e que sempre marcaram a sua trajetória. A diversidade e pluralidade de posicionamentos foram recebidos pelo feminismo, assim como os inevitáveis conflitos daí advindos, tornando-os não só valorizados no jogo democrático em que se busca garantir a liberdade e igualdade, como também traduzidos como potencialidade para ampliar a ação política democrática. A atuação política das mobilizações feministas, cujas identidades políticas fluidas são constantes na articulação de demandas, nos convence como forma de aplicação do modelo de democracia radical e plural de Chantal Mouffe nos casos concretos. De fato, mulheres indígenas, negras, rurais e urbanas protagonizaram, em vários momentos da história de lutas políticas, ações de resistência e enfrentamento contra práticas antidemocráticas que colocavam em risco toda a sociedade, confirmando, assim, a potencialidade de um feminismo agonístico. Um caso que exemplifica tal potencialidade do feminismo agonístico, ao adotar práticas de articulação como estratégia de lutas democráticas, se refere à construção do processo participativo protagonizado pelas mulheres sindicalistas e trabalhadoras rurais em nosso País. Abarcando uma diversidade de identidades – agricultoras, extrativistas, quilombolas, pescadoras, dentre outras – as “mulheres trabalhadoras rurais” se voltaram para a construção de bases de lutas e reivindicações unificadas como forma de garantir a inclusão e representatividade de uma pluralidade de identidades e posições de sujeito. Essa diversidade fez parte da composição da Marcha das Margaridas, que buscou incluir lutas e reivindicações em suas pautas como forma de ampliar o alcance do movimento, assim como fortalecer o sentimento de pertencimento coletivo e de inclusão. Ao defender uma política feminista não fundamentada em um modelo homogêneo e coerente, a referida plataforma de mulheres se lançou na articulação de diferentes lutas e reivindicações em um campo diverso, mutável e capaz de movimentar fronteiras (PIMENTA, 2012, p. 4). A forma de potencializar as estratégias do projeto democrático feminista agonístico deve considerar, assim, o enfrentamento de novos e velhos desafios a partir de uma visão mais ampla e com capacidade para alcançar as desigualdades e relações complexas sob os recortes não apenas de gênero, mas também de classe, etnia, raça, idade, orientação sexual, dentre outros, por meio das práticas articulatórias e formação da cadeia de equivalências entre os demais movimentos sociais. Por não se render ao silêncio forçado dos consensos, o feminismo se abriu aos espaços agonísticos e às mais diversas formas de interpretação de valores e princípios ético-políticos no próprio movimento feminista. Sob tal análise, torna-se possível identificar a potencialidade do feminismo agonístico, a partir da proposta de democracia radical e plural de Chantal Mouffe, como uma alternativa de política democrática para as sociedades contemporâneas. Referências Bibliográficas MOUFFE, Chantal. O Regresso do Político. Tradução Ana Cecília Simões. Lisboa. Ed. Gradiva, 1996. ______. Pensando a democracia com, e contra, Carl Schimitt. Tradução Menelick de Carvalho Neto. Em “Revue Française de Science Politique, vol. 42, n° 1, fevereiro – 1992 ______. Por um modelo agonístico de democracia. Revista de Sociologia e Política. Curitiba, 25, p. 11-23, Nov. 2005. ______. Sobre o Político. Tradução Fernando Santos. São Paulo. Ed. WMF Martins Fontes, 2015. _______. Hegemonia e Estratégia Socialista: Por uma política democrática radical. Tradução de Joanildo A. Burity, Josias de Paula Jr. e Aécio Amaral. São Paulo. Ed. Intermeios. 2015. PIMENTA, Sara Deolinda Cardoso. Participação, poder e democracia: mulheres trabalhadoras no sindicalismo rural. Seminário Internacional Fazendo Gênero 10. Florianópolis, 2012. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A coluna Em Curso divulga as pesquisas de pós-graduandas na filosofia para contribuir para a visibilidade das pesquisas de filósofas no Brasil. Quer publicar a sua pesquisa? Basta preencher o formulário. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasOrg #emcursofilósofas #filósofasbrasil #mulheresnapesquisaemcurso #feminismo #Mouffe #democracia
- A Estética da Exceção - evento do projeto Hermenêutica com emissão de certificado
E se eu disser que em novembro nós teremos um evento (com emissão de certificados para @s inscrit@s) para discutir como a pandemia afetou questões estéticas e relativas a arte? Afinal, em que se estão transformando nossos sentimentos, afetos, gostos, sensações e as vivências que estes compõem dada a crise instaurada pela ausência de controle sobre os efeitos sócio-políticos do novo Coronavírus -- em especial sobre as mulheres? Como a arte, em suas mais diversas formas e manifestações, pode interferir e sofrer transformações nesse contexto? O evento consistirá em um espaço para reflexão a respeito das influências exercidas pela pandemia de COVID-19 sobre essas e outras questões estéticas relacionadas que condicionam nossas vidas e vivências, e contará com a participação de pesquisadoras da área de estética e arte e de artistas a respeito do tema. .Convidadas: Profa. Dra. Carla Damião (Dep. de Filosofia UFG); Profa. Dra Rosana Ramalho (Belas Artes UFRJ); Profa. Dra. Loraine de Fátima Oliveira ( Dep. de Filosofia UFPE) .Dia e horário do evento: 05 de novembro de 2020, 18h00min (horário de Brasília) .Local: Evento online no canal do projeto Hermenêutica da Pandemia no YouTube. Link para o canal: https://www.youtube.com/channel/UC9ZR-Lh6UFFllyhUfnTDdHA Inscrições pelo link: https://forms.gle/VWvyDRwnjEtZQt1x8 ou pelo site https://hermeneuticapandem.wixsite.com/hermeneutica .E-mail para contato: hermeneuticapandemia@gmail.com
- REDE DE MULHERES NA ACADEMIA: a união contra a invisibilidade e o epistemicídio
Epistemicídio é compreendido como silenciamento, subalternização e invisibilização de saberes não hegemônicos. Loiane Prado Verbicaro Doutora em Filosofia do Direito. Professora da Faculdade de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Integrante da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas. Integrante do GT “Filosofia e Gênero” da ANPOF. Texto publicado em 22 de outubro de 2020 no espaço "Opinião e Análise", da série GPEIA, no Jornal JOTA. No texto, falo da experiência e potência da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas. Quem sabe não poderíamos ter uma mobilização semelhante para a criação de uma Rede Brasileira de Mulheres Juristas?! Acesso na íntegra: https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/mulheres-academia-uniao-contra-invisibilidade-epistemicidio-22102020. O ensino jurídico contempla, majoritariamente, vozes masculinas como protagonistas do saber, com repercussões na baixa representatividade das mulheres nos espaços institucionais de decisão e nos cargos de liderança e visibilidade acadêmica. O trabalho publicado pela UNESCO “Interações de gênero nas salas de aula da Faculdade de Direito da USP: um currículo oculto?”[1] das professoras Sheila, Cecília, Izabella, Lívia, Luciana e Marília revela em detalhes o caráter estrutural da opressão de gênero presente nas práticas e discursos (incluindo os implícitos) acadêmicos, acenando à necessidade de um olhar sensível aos contextos sociais, raciais e de gênero das salas de aula das faculdades de Direito, e para além delas. A histórica naturalização dessa desigualdade realiza-se, como pano de fundo, à luz dos valores universais do liberalismo. Nota-se, no entanto, a face obscura desses padrões universais de liberdade e igualdade que nunca se aplicaram da mesma forma a homens e mulheres. O universalismo seletivo da construção da modernidade jurídica não foi capaz de desafiar desigualdades estruturais e estruturantes, que se perpetuaram sob o manto da neutralidade quanto ao gênero, legitimando historicamente uma predisposição masculina, com desvantagens sistemáticas às mulheres. Sobre este ponto, referencio a filósofa Seyla Benhabib e sua crítica às teorias universalistas que enfatizam a dimensão do outro generalizado como sujeito que informa o ponto de vista pressuposto pelo cânone dominante, responsável pela invisibilização da mulher no debate moral, político e jurídico contemporâneo e pela consectária reprodução das relações de dominação das mulheres pelos homens. Decerto que essa assimetria não é exclusiva do Direito. E gostaria de fazer referência a um movimento potente de desencastelamento da voz das mulheres, de união e força coletiva experenciado pela Filosofia. Como professora de Direito e de Filosofia e minha vivência nas duas áreas, penso que a experiência que tem sido construída na Filosofia pode trazer luzes sobre alguns caminhos que podemos percorrer no Direito. No final de 2019, foi criada a Rede Brasileira de Mulheres Filósofas, um projeto que se apresenta para viabilizar a integração de pesquisadoras, colocando-as em conexão, comunicação e diálogo a partir de seus trabalhos e projetos de ensino, pesquisa e extensão para que, juntas, possam enfrentar os obstáculos de uma área fortemente marcada por um silenciamento e consequente desconhecimento sobre a presença de filósofas e autoras na história do pensamento filosófico, ademais de reivindicar mais igualdade de gênero, considerando as enormes assimetrias na área.[2] Acreditando que a Filosofia não é um privilégio dos homens, a Rede propõe-se a realizar um resgate das filósofas na Filosofia, além de trabalhar para tornar a área mais democrática, diversa e plural em suas perspectivas e campos de estudo, com o fomento das discussões acerca da inclusão do gênero como categoria filosófica e a partir de uma crítica à tradição moderna para trazer ao debate os marcadores de gênero, raça e classe, que se interseccionam na construção do sujeito concreto. Nesse contexto, a Rede pretende dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelas mulheres na Filosofia, em todos as regiões, recantos e universidades do país, permitindo conexões, parcerias e servindo de inspiração para que tenhamos mais mulheres na Filosofia e um ambiente simétrico e igualitário, considerando as significativas desigualdades de gênero, de raça, de classe e também as desigualdades regionais (as profundas assimetrias do conjunto federativo brasileiro). A Rede pretende, ademais, ser um importante locus de discussão para uma democratização pedagógica de valorização do trabalho das mulheres, contra o epistemicídio – compreendido como silenciamento, subalternização e invisibilização de saberes não hegemônicos – e todo tipo de preconceito vinculado ao gênero e à sexualidade. Para tanto, defende que os projetos de ensino, pesquisa e extensão, em suas bibliografias e programas de curso, tragam mais filósofas e autoras, assim como, que nos eventos acadêmicos, as mulheres sejam chamadas a participar, a fim de combater sua sub-representação na área e permitir uma maior visibilidade de seus trabalhos, que serve de exemplo e inspiração às alunas e para que se promova a desnaturalização da ideia de que o lugar do pensamento abstrato e conceitual não é socialmente destinado às mulheres, permitindo-se, dessa forma, que as alunas iniciem suas trajetórias mais representadas, fortalecidas e acolhidas. Penso que a Filosofia e o Direito são áreas resistentes a mudanças estruturais. A realização de um projeto coletivo em Rede que estabeleça a união contra a invisibilidade e o epistemicídio, a exemplo da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas, é o caminho capaz de nos unir, apesar da distância, e de nos fortalecer, apesar de sermos minoritárias, para enfrentarmos, cooperativa e solidariamente, os desafios de um quadro de desigualdade social, cultural e institucional que nos invisibiliza e nos secundariza. [1] Neder Cerezetti et al. Interações de gênero nas salas de aula da Faculdade de Direito da USP: um currículo oculto?, São Paulo, Cátedra UNESCO de Direito à Educação/Universidade de São Paulo (USP), 2019, disponível em: . [2] De acordo com as pesquisas realizadas pela professora Carolina Araújo (UFRJ), as mulheres representam 38% entre os graduados, 28% nos cursos de pós-graduação e 20% no corpo docente de Filosofia.
- Live: Nísia Floresta e a educação para a emancipação - dia 22/10 às 18h30
O Projeto Uma Filósofa por Mês chama para uma conversa sobre filosofia, educação e política em Nísia Floresta. O centro do debate é a obra Opúsculo Humanitário, publicada em 1853, fundamental para a compreensão do pensamento pedagógico de Nísia Floresta. Trata-se de pensar aí em sua proposta de educação como projeto político, sobretudo desde a perspectiva das mulheres e para a sua consituição como cidadãs do nosso país, cuja emancipação exige abandonar o lugar de sujeição doméstica em todos os seus aspectos, e reivindicar para isso uma reforma do sistema educacional que seja voltada à inclusão da instrução e do aperfeiçoamento das faculdades morais das mulheres. Que tais temáticas incidam ainda hoje sobre nossa educação brasileira não parece constituir uma mera coincidência. Participam dessa conversa: Maurício Rasia Cossio, doutorando do PPGFIL/UFSC, integrante do Projeto Uma Filósofa por Mês vinculado ao Grupo Germina (Grupo de estudos em reflexão moral interdisciplinar e narratividade), professor de Filosofia na EEB Prof. Aníbal Nunes Pires, guitarrista de punk rock e filho da dona Jaqueline. Vinicius Arion, doutorando do PPGFIL/UFSC, integrante do Projeto Uma Filósofa por Mês vinculado ao Grupo Germina (Grupo de estudos em reflexão moral interdisciplinar e narratividade) e professor de Filosofia da rede púbica estadual de Santa Catarina, na EEB Prof. Aníbal Nunes Pires. E Janyne Sattler, professora do Departamento e do PPGFIL da UFSC, e coordenadora do Projeto Uma Filósofa por Mês. Amanhâ, dia 22 de outubro às 18h30 no canal do Projeto: https://www.youtube.com/watch?v=NXgEZ_PRqeQ
- Mulheres na Filosofia Entrevistas: Maria Lacerda
Na próxima sexta-feira, 23/10, às 10h, a editora do Blog Mulheres na Filosofia, Gisele Secco, entrevistará Camila Jourdan, autora do verbete "Feminismo, educação libertária e antifascismo no pensamento de Maria Lacerda de Moura". O verbete estará no ar em nosso blog na sexta-feira. A conversa será em nosso canal do YouTube. Inscreva-se aqui: https://www.youtube.com/watch?v=RkSRwoy5UHo&feature=youtu.be Com verbetes sobre filósofas e temas feministas escritos por pesquisadoras e pesquisadores brasileiros de diversas áreas do conhecimento, o blog Mulheres na Filosofia é um espaço de divulgação científica voltado para opúblico lusófono. Queremos ser lidas na academia e fora dela: nas escolas, nas praças, por quem se interessar por filosofia escrita por mulheres e teoria feminista. Visite: https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/
- Quer conhecer os Caminhos metodológicos de uma pesquisa sobre a Filosofia de Educação Nisiana?
Pesquisar sobre mulheres nunca foi algo fácil. É preciso realizar uma vasta pesquisa bibliográfica, quase um verdadeiro exercício de "garimpagem". Pesquisar por obras de autoras mulheres do século XIX, é ainda mais desafiante! Nesse encontro a professora Dra Graziela Rinaldi da Rosa irá contar como foi o desafio de escrever uma tese de doutoramento sobre a pensadora Nísia Floresta. O tema da tese foi sua Filosofia de Educação. Como educadora feminista, e pesquisadora em formação, buscou-se compreender qual a concepção de educação de Nísia Floresta a partir de algumas de suas obras, contextualizando o pensamento de Nísia Floresta com os movimentos de seu tempo, reconhecendo essa pensadora como uma importante fonte do pensamento Latino-Americano. Trata de um estudo ainda não publicado na íntegra. Uma pesquisa densa que soma 350 páginas. Um tema inédito e que foi investigado nos anos de 2008-2012, sob orientação da profª Dra Berenice Corsetti (UNISINOS-RS), na linha de pesquisa "Educação, História e Políticas" do PPG-Edu/Unisinos. Nísia Floresta é uma pensadora ainda pouco estudada na Filosofia. Foi abolicionista, indigenista, republicana, "pré-feminista". Fundou escolas para meninas, escreveu sobre equidade de gênero, propondo uma reforma na educação das meninas brasileiras. Para conhecer o arcabouço teórico que envolve a vida e obra de Nísia Floresta, foi preciso andar entre Sul e Norte do Brasil, por quatro anos, buscando por obras de Nísia e por documentações que nos ajudassem a conhecer o pensamento dessa mulher do século XIX, especialmente obras que versam sobre a educação. "Floresta escreveu sobre os direitos humanos das mulheres e oportunizou o acesso à educação para algumas meninas, lutando para que elas valorizassem os estudos e abandonassem as futilidades. Foi uma educadora que encarou a educação das meninas como uma missão, além de ter discutido a questão indígena de forma singular, valorizando o papel das mulheres e ter provocado as autoridades da época ao questionar sobre o poder e a supremacia dos homens brancos. Suas críticas atingiam também mulheres que destinavam seus filhos e filhas aos braços das amas de leite. Floresta apontava problemas relativos a própria igreja que frequentava e se horrorizava com tantas futilidades de algumas de suas compatriotas. Ensinava os valores para poder ser educadora e dizia também, que as mulheres poderiam ocupar os cargos públicos. Defendia a ideia de uma nação civilizada, e que só chegaria nesse patamar se as mulheres fossem educadas e participassem do contexto social" . (Graziela Rinaldi da Rosa, 2012, p. 17) Para ler mais, ver: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3152 Quer saber mais? Não perca: Dia 23 de Outubro de 2020 instagram @minasouza Para conversar com a pesquisadora: grazirinaldi@gmail.com
- Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil
Nesta terça-feira, conversaremos com Leina Peres sobre ativismo feminista e a luta pelos direitos sexuais e reprodutivos no Brasil, papo ainda mais importante considerando a atual conjuntura de ataques aos direitos das mulheres. A Leina é mestra em ciências sociais e compõem diversos espaços e redes feministas que atuam nesta pauta. Vem conversar com a gente! Quando? 20/10 às 15hs. Como se inscrever? Quem tiver interesse, entrar em contato pelo email epistemologiasfeministas@gmail.com para que possamos enviar o link da sala virtual.
- Quantas filósofas? Convida: Carolina Araújo
O Acontece no IFCS inaugurou uma série de lives chamada Bate-papo. O objetivo é tirar dúvidas sobres questões pertinentes ao nosso cotidiano universitário e à nossa sociedade como um todo. No dia 19/10/20, às 18h, faremos um bate-papo sobre a pesquisa “Quantas filósofas?”. Para isso, convidamos Carolina Araújo, professora do Departamento de Filosofia do IFCS/UFRJ. Anotem: 19/10/20, às 18h, no @acontecenoifcs https://www.instagram.com/acontecenoifcs/
- Seyla Benhabib por Loiane Verbicaro: As Pensadoras agora em nosso canal
Loiane Verbicaro apresenta as principais ideias do pensamento de Seyla Benhabib, tratando de questões como espaço público, legitimidade democrática, crítica ao universalismo e ao liberalismo e opressão de gênero. Esse vídeo integra a primeira série do projeto As Pensadoras, coordenado por Rita Machado (UEA), que tem por objetivo divulgar a contribuição da obra de mulheres para a história do pensamento e para os feminismos. Veja o programa de curso e a bibliografia em https://www.filosofas.org/post/copy-of-curso-on-line-as-pensadoras-abertas-inscrições-turma-3 LOIANE PRADO VERBICARO é professora da Faculdade de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutora em Filosofia do Direito pela Universidade de Salamanca (USAL). Cursa Pós-Doutorado em Filosofia e Teoria Geral do Direito na Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Direitos Fundamentais e Relações Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestra em Ciência Política pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Graduada em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Graduada em Filosofia (Bacharelado) pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Líder do Grupo de Pesquisa - CNPq: Filosofia Prática: Investigações em Política, Ética e Direito. Integrante da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4100200759767576 #redebrasileirademulheresfilosfas #filosofasOrg #filosofasbrasil #loianeverbicaro #seylabenhabib #pensadoras
- Filosofia por Elaes
No dia 22 de outubro será o lançamento do livro "Filosofia por Elaes" que já estará disponível (de forma gratuita) a partir do dia 19 no site fundarfenix.com.br Com prefácio de Márcia Tiburi, o livro possui capítulos de Renata Floriano de Souza (Mulher: Banida, forasteira e intrusa no mundo das idéias); Ilze Zirbel (O sujeito que gesta, cuida e reflete); Mara Montanaro ( O Perigo de um desafio: ser filósofa e feminista - Françoise Collin; Michèle Le Doeff; Rada Ivekovic); Patricia Ketzer (Mulheres na epistemologia: contribuições feministas); Juliana Missaggia (O debate sobre o papel do gênero na constituição da moralidade: um breve panorama crítico); Olga Nancy P. Cortés (A vinculação entre verdade e a mentida e agir e pensar à luz da concepção política arendtiana); Joana Tolentino (Lélia Gonzales: uma filósofa brasileira abalando as estruturas); Fernando Silva e Silva ( A cosmopolítica de Isabelle Stengers: da metafísica à política); Bruna Fernandes Ternus (Teoria democrática participativa: participação política enquanto asseguradora de interesses e liberdades individuais); Virgínia Novack Santos da Rocha (A plasticidade do gênero na era da farmacopornografia: Uma introdução ao pensamento de Paul B. Preciado no Brasil); Caroline Izidoro Marim (Narrativas situadas: por uma epistemologia efetiva) e Isabelle Stengers (Ter a fibra do pesquisador).
- Pós-graduação na área da Filosofia: Onde estão as estatísticas por gênero?
Essa pergunta compôs uma pesquisa realizada nos anos 2004-2005, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Sabe-se que temos avançado nos estudos de Gênero e Filosofia, bem como na valorização do pensamento e histórias de vidas de Mulheres na Filosofia. Durante a pesquisa, foi possível registrar relatos importantes para nossos estudos: '' No departamento de Filosofia (UFSM), hoje, não tem nenhuma mulher professora. Eu aposentei em 1999, portanto, há 12 anos e não ingressou mulher, ou seja, as mulheres candidatas não foram selecionadas. '' (“Rebelde”, entrevista II, 2006) Todas as mulheres entrevistas receberam pseudônimos, pois optamos em preservar sua identidade, visto que tratava-se de um tema ainda polêmico para a Filosofia brasileira. Quanto a relação entre o número de professores na pós-graduação em Filosofia e gênero, não encontramos nenhum dado. A CAPES como responsável por estatísticas dos cursos de pós-graduação não possuía dados analisados que levassem em conta o sexo do/a docente. Sabe-se que, no ano de 2004, tínhamos 431 docentes nos cursos de pós-graduação em Instituições de Ensino Superior de nosso país. Podemos observar o quadro abaixo, que nos mostra o número de docentes nos programas de pós-graduação em Filosofia, onde se situam algumas de nossas pesquisadas. Esses dados foram coletados pelo Ministério da Educação –MEC e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –CAPES: Cabe destacar a importância de seguirmos perguntando: quantas mulheres temos nos programas de pós-graduações atuando como professoras? Por que ainda não temos equidade de gênero? As professoras que atuavam no programa de pós-graduação em Filosofia na Unisinos em 2004 eram duas e na graduação três. Haviam 16 professores(as) no corpo docente permanente do programa de pós graduação da UFRGS, sendo 3 mulheres. Para realizar esse levantamento, tivemos que recorrer à secretaria do curso. No curso de Filosofia da PUCRS do ano de 2006, o corpo docente é apresentado com 25 professores, tendo apenas uma mulher. Para acessar a pesquisa na íntegra: http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/1912/GrazielaRinaldiRosa.pdf?sequence=1&isAllowed=y Para contatar a profa pesquisadora: grazirinaldi@furg.br Graziela Rinaldi da Rosa (Profa de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande-FURG)
- "Escrita Poética e Feminismo Negro" -
Nosso encontro do GENERA (Grupo Interdisciplinar de Pesquisas em Gênero, Raça e Poder, Furb) será no próximo sábado, dia 17/10, das 10:00 às 12:00, com uma convidada especial: Julianna Rosa de Souza. A Julianna é Profa. Dra. em Teatro, sua tese foi sobre os aspectos do racismo no teatro, analisando textos teatrais de autoria negra. Como pesquisadora, estuda dramaturgia, teatro negro contemporâneo e performances negras. Imperdível!!!











